Cotidiano

Papa Francisco pede proteção à natureza e aos fracos

Segundo dados do Vaticano, entre 150 mil e 200 mil pessoas participaram da missa, realizada sob um céu azul após dias de chuvas frias

Publicado em 19/03/2013 às 09:53

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O papa Francisco pediu a príncipes, presidentes, xeques e milhares de pessoas comuns que se reuniram para sua missa de entronização, nesta terça-feira (19), que protejam o meio ambiente, os mais fracos e pobres, indicando claramente suas prioridades como líder dos 1,2 bilhão de católicos de todo o mundo.

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Nascido na Argentina, Francisco é o primeiro papa da América Latina e o primeiro cujo nome faz referência ao frei do século XII, são Francisco de Assis, cujo trabalho foi cuidar da natureza, dos pobres e dos desvalidos. Lembrando a gentileza pela qual são Francisco é conhecido, o papa disse que um pouco de ternura pode "abrir um horizonte de esperança".

Segundo dados do Vaticano, entre 150 mil e 200 mil pessoas participaram da missa, realizada sob um céu azul após dias de chuvas frias, que agitavam bandeiras de várias partes do mundo. Numa faixa estava escrito "Shalom", a palavra em hebraico para paz; em outra lia-se "Viva il Papa", ou "viva o papa".

Em Buenos Aires, milhares de pessoas lotaram a Praça de Maio para assistir a celebração em enormes telões instalados no local.

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 Presidenta Dilma Rousseff cumprimenta o Papa Francisco após missa inaugural do Pontificado de Sua Santidade Papa Francisco na praça de São Pedro (Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR)

Francisco foi interrompido por aplausos várias vezes durante sua homilia, dentre elas quando falou sobre a necessidade de proteger o meio ambiente, servir ao próximo com amor e não permitir que "presságios de destruição", inveja, ódio e orgulho "contaminem nossas vidas".

O papa disse que o papel do pontífice é abrir os braços e proteger toda a humanidade, mas "especialmente os mais pobres, os mais fracos, os menos importantes, aqueles a quem Mateus lista no julgamento final com amor: os famintos, os sedentos, os estrangeiros, os nus, os enfermos e os encarcerados".

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"Hoje, em meio a tal escuridão, precisamos ver a luz da esperança e sermos homens e mulheres que levem esperança aos outros", disse ele. "Proteger a criação, proteger cada homem e cada mulher, olhar para eles com ternura e amor é abri um horizonte de esperança, é permitir que um raio de luz passe por meio de nuvens pesadas", disse ele.

Francisco, de 76 anos, animou a multidão no começo da missa ao percorrer a praça e saindo do jipe onde estava para abençoar um homem inválido. Foi mais um gesto do homem cujo curto papado até agora tem sido marcado por incursões espontâneas no meio da multidão e demonstrações de preocupação pelos desvalidos.

Bandeiras da Argentina eram vistas com facilidade em meio à multidão, que a mídia italiana estimou inicialmente que poderia atingir 1 milhão de pessoas. Equipes de segurança civil fecharam ao tráfego as principais ruas que levam à praça e estabeleceram barricadas por quase dois quilômetros ao longo da rota para tentar controlar as passas e permitir a passagem das delegações oficiais.

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Antes do início da missa, Francisco recebeu o anel do pescador, que simboliza o papado e uma estola de lã, que simboliza seu papel como pastor de seu rebanho. Ele também recebeu os votos de obediência de seis cardeais, um símbolo forte, tendo em vista que seu antecessor, Bento XVI, ainda está vivo.

Um cardeal entoou o rito de posse, dizendo: "O Bom Pastor deu a Pedro a responsabilidade de alimentar seus cordeiros e sua ovelhas; hoje você o sucede como o bispo desta igreja".

Cerca de 132 delegações participaram a missa, dentre elas alguns chefes de Estado da América Latina, um sinal do significado da eleição para a região. Francisco deixou claro que quer que seu pontificado seja concentrado nos pobres, mensagem que ressoa na região, onde estão 40% dos católicos de todo o mundo.

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Dentre os convidados mais importantes estavam a chanceler alemã Angela Merkel, o vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, a presidente argentina Cristina Kirchner, a presidente do Brasil Dilma Rousseff,

o presidente de Taiwan Ying-Jeou Ma, o presidente do Zimbábue Robert Mugabe, o príncipe Albert de Mônaco e o príncipe do Bahrein, xeque Abdullah bin Haman bin Isa Alkhalifa.

Francisco dirigiu sua homilia a eles, dizendo que "eu gostaria de pedir a todos os que têm posições de responsabilidade na vida econômica, política e social , a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos os protetores da criação, os protetores do plano de Deus inscrito na natureza, os protetores uns dos outros e do meio ambiente".

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Dentre os principais convidados da cerimônia estava o líder espiritual dos cristãos ortodoxos, Bartholomeu I, que se tornou o primeiro patriarca da igreja, sediada em Istambul, a participar da posse do papa desde que os dois ramos da cristandade se separaram 1.000 anos atrás. Também esteve presente o rabino chefe de Roma. A presença desses dois líderes religiosos destaca a ampla expectativa de diálogo ecumênico e inter-religioso em relação ao novo papado, tendo em vista o próprio trabalho de Francisco em melhorar essas relações.

Num gesto direcionado aos cristãos do leste, o papa rezou com os patriarcas e arcebispos católicos do rito do Leste no túmulo de são Pedro e iniciou a missa e o evangelho em grego, em vez do tradicional latim.

Mas é a história de vida de Francisco com os pobres e seu trabalho com eles quando era arcebispo de Buenos Aires que parece ressonar entre os católicos comuns, que dizem estar esperançosos de que Francisco possa inspirar uma nova geração de fiéis que se afastaram da igreja.

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Numa indicação de sua devoção à Virgem Maria, fé bastante comum entre os católicos latino-americanos, Francisco orou perante a estátua da santa no final do serviço religioso.

Após a missa, Francisco cumprimentou cada uma das delegações de governo na basílica de São Pedro, conversando com cada um, beijando alguns jovens que foram com seus parentes ao evento e benzendo rosários entregues a ele. As informações são da Associated Press.

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