Cotidiano

Papa Francisco lança exortação apostólica

O pontífice estabelece uma "hierarquia de verdades" do Vaticano e propõe moderação nas normas católicas, mas não altera, por exemplo, a oposição do Vaticano ao aborto

Publicado em 26/11/2013 às 16:01

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O papa Francisco divulgou hoje a exortação apostólica de seu papado, conclamando uma reforma por meio da qual pretende tornar a Igreja Católica mais missionária, misericordiosa e atuante na defesa dos pobres e dos oprimidos. O pontífice estabelece uma "hierarquia de verdades" do Vaticano e propõe moderação nas normas católicas, mas não altera, por exemplo, a oposição do Vaticano ao aborto.

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No documento, Evangelii Gaudium, Francisco compila as prioridades estabelecidas em oito meses de homilias, discursos, entrevistas e as inclui em um contexto mais amplo no qual visa a revigorar o entusiasmo evangelizador em um mundo marcado pela indiferença, pela secularização e por uma enorme desigualdade de renda.

O pontífice explica no documento suas principais críticas ao que qualifica como "obsessão" da Igreja em transmitir um conjunto incoerente de doutrinas morais e diz que, na "hierarquia das verdades" do Vaticano, a misericórdia é o mais importante, a proporção é necessária e o que interessa é convidar os fiéis a se aproximarem.

O papa foi além e argumentou que alguns costumes históricos da Igreja podem inclusive ser deixados de lado se não servirem mais para comunicar a fé católica. Ele citou Santo Agostinho e São Tomás de Aquino para enfatizar a necessidade de moderação nas normas, "de modo a não fazer com que se tornem um fardo nas vidas dos fiéis.

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O papa Francisco divulgou hoje a exortação apostólica de seu papado, conclamando uma reforma por meio da qual pretende tornar a Igreja Católica mais missionária, misericordiosa e atuante (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Ao mesmo tempo, Francisco reiterou a oposição da Santa Sé ao abordo, deixando claro que o tema é inegociável por encontrar-se no núcleo da defesa da Igreja Católica à dignidade de cada ser humano.

"Prefiro uma Igreja rota, esfarrapada e suja por estar nas ruas atuando a uma Igreja enferma por estar confinada e se agarrando à própria (sensação ilusória de) segurança", escreve o papa. "Não quero uma Igreja obcecada por estar no centro e que acaba presa em uma rede de obsessões e procedimentos."

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