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No penúltimo dia de sua visita de cinco dias à Coreia do Sul, o papa Francisco fez um gesto de aproximação a China. O pontífice enviou uma de suas mais explícitas mensagens para o gigante asiático e expressou sua esperança de estabelecer relações com Pequim.
Durante um encontro com bispos asiáticos neste domingo, Francisco declarou que "espera firmemente que os países asiáticos com quem a Santa Sé ainda não tem relações não hesitem em perseguir um diálogo que beneficie todas as partes". O Vaticano, que tem relações diplomáticas com a maioria dos países no mundo, não tem um relacionamento com a China.
Francisco ainda declarou que "os cristãos não vêm como conquistadores", uma referência velada destinada a acalmar preocupações chinesas de que atividades religiosas possam fomentar discórdia política. Embora cautelosos e breves, os comentários foram os primeiros sobre um tema de grande interesse do Vaticano, já que há a percepção de erosão na ideologia comunista na China em meio ao rápido crescimento econômico e de que isso estaria deixando um vácuo espiritual.
As palavras do papa chegam no quarto dia de uma viagem de cinco dias para a Coreia do Sul, a primeira do pontífice para a Ásia. O Vaticano não tem relações com a China há mais de 60 anos, com o tema delicado da nomeação de bispos católicos como um problema central. A Associação Patriótica Católica, controlada pelo governo chinês, reclama o direito de nomear bispos, enquanto a Santa Sé resguarda isso como um direito inalienável.
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O padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, descreveu os comentários do papa como "um sinal de boa-fé", destinado a mostrar que autoridades chinesas "não podem temer a Santa Sé como uma potência que vem exercer seu poder, mas vê-la como uma autoridade religiosa".
Desde sua chegada a Coreia do Sul na quinta-feira, o papa foi recebido de forma calorosa, reunindo uma audiência de mais de 50 mil pessoas num estádio de futebol na sexta-feira e levando uma multidão de cerca de 800 mil pessoas para uma cerimônia de beatificação de 124 mártires coreanos no sábado.
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Mais cedo no domingo, o papa batizou o pai de uma das vítimas do naufrágio em Sewol, que matou mais de 300 pessoas, a maioria crianças em idade escolar, em abril. Durante a tarde, Francisco celebrou uma missa no Castelo de Haemi, um popular destino de peregrinação.
Na segunda-feira, antes de sair para Roma, o papa vai celebrar uma missa para paz e reconciliação da dividida Península da Coreia numa catedral em Seul.