Cotidiano

Papa diz que eliminar diferenças entre sexos "é um passo atrás"

"A alegada teoria do gênero" parece ser "a expressão de uma frustração e de uma resignação que visa apagar a diferença sexual por já não sabermos confrontá-la", acrescentou

Publicado em 15/04/2015 às 12:06

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O papa Francisco afirmou hoje, ao referir-se à chamada "teoria do gênero", que a eliminação das diferenças entre sexos "é um passo atrás", durante a audiência geral na Praça de São Pedro.

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"Pergunto-me se a crise de confiança coletiva em Deus, que tão desmoralizados, incrédulos e cínicos nos deixa, não está também ligada à crise da aliança entre o homem e a mulher", observou o papa argentino na audiência geral na Praça de São Pedro, perante cerca de 30 mil fiéis de todo o mundo.

"A alegada teoria do gênero" parece ser "a expressão de uma frustração e de uma resignação que visa apagar a diferença sexual por já não sabermos confrontá-la", acrescentou.

Para Francisco, este "é um passo atrás", já que "eliminar a diferença [de sexo] é o problema e não a solução".

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Para Francisco, este "é um passo atrás", já que "eliminar a diferença [de sexo] é o problema e não a solução" (Foto: Riccardo de Luca/Associated Press/Estadão Conteúdo)

O papa defendeu que "a diferença entre os dois [homem e mulher] não é para competir ou dominar, mas para que se dê a reciprocidade necessária para a comunhão e para a procriação, à imagem e semelhança de Deus".

"A união matrimonial e familiar para toda a vida baseia-se nesta complementaridade (...)", disse Francisco, que se referiu também à crise do casamento e pediu aos casais "que falem mais, ouçam mais, se conheçam mais e se tratem com respeito e cooperem com amizade".

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Para "ultrapassar as dificuldades desta união", Francisco considerou ser necessário "fazer mais a favor da mulher" e "voltar a redescobrir a beleza do desenho criador de Deus".

"Temos que fazer muito mais a favor da mulher. Não só para que seja mais reconhecida, mas para que a sua voz tenha um peso real, uma autoridade efetiva na sociedade e na Igreja Católica", sublinhou.

Esta intervenção de Francisco ocorre seis meses antes de um sínodo (assembleia de bispos) crucial para a família. A manifestação parece ser uma nova defesa do casamento, apesar de a ala conservadora da Igreja Católica considerar o atual papa demasiado liberal e aberto nas questões sobre o casamento e a homossexualidade.

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