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O papa Francisco anunciou nesta segunda-feira a primeira grande revisão em 25 anos na desatualizada e ineficiente burocracia do Vaticano ao criar um secretariado para controlar todas as ações econômicas, administrativas, de pessoal e de aquisição da Santa Sé.
O cardeal australiano George Pell, um dos oito integrantes do principal grupo de conselheiros do papa, foi nomeado o prefeito do novo escritório. Ele vai se reportar ao novo conselho econômico, composto por 15 membros, dos quais oito são cardeais e sete especialistas laicos.
Francisco foi eleito papa um ano atrás com um mandato para reformar o Vaticano após documentos roubados pelo mordomo do papa Bento 16 terem revelado que a burocracia da Santa Sé era um mundo maquiavélico e disfuncional de disputas territoriais mesquinhas, corrupção e intriga política.
Pell, arcebispo de Sydney que em breve deixará o cargo, foi extremamente sincero sobre o escândalo dos vazamentos de 2012, que expuseram a falha de governança no papado de Bento 16.
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"Houve problemas, há problemas e este é um fator que tem de ser tratado na medida em que o novo papa chegar ao poder", disse Pell à Associated Press dias antes de Francisco ser eleito, em março de 2013. "Seria muito útil ter um papa que possa fazer a coisa andar, elevar a moral da Cúria (a burocracia do Vaticano) e fortalecer um pouco a disciplina e efetivamente extrair todas as energias e bondade da grande maioria das pessoas na Cúria", afirmou ele.
A nova estrutura, disse o Vaticano, tem combo objetivo simplificar e consolidar as estruturas existente de direção e melhorar a supervisão, os controles internos e a transparência, além de dar maior suporte para os trabalhos do Vaticano para os pobres.
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Trata-se da maior reformulação da organização interna do Vaticano desde que o papa João Paulo II emitiu, em 1988, a constituição apostólica, o Pastor Bonus, um modelo para congregações da Santa Sé, conselhos pontifícios e escritórios.
As mudanças parecem reduzir significativamente o papel do Secretariado de Estado, que anteriormente tinha controle administrativo sobre a Sante Sé ao mesmo tempo em que cuidava das relações diplomáticas.
O nome do Secretariado da Economia sugere algum tipo de paridade com o Secretariado de Estado. No anúncio, Francisco disse que os dirigentes dos dois organismos trabalharão juntos.
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A nova organização econômica cuidará dos orçamentos, planejamento financeiro e administração da Santa Sé, a estrutura de governo central da igreja católica e o Estado do Vaticano, um território de 44 hectares no centro de Roma que inclui os lucrativos museus e os correios do Vaticano. Um auditor terá poderes para realizar auditorias em qualquer agência do Vaticano, a qualquer momento.
O secretaria é o resultado dos trabalhos de uma comissão de inquérito indicada por Francisco no ano passado, que recomendou formas de melhorar a eficiência e a transparência na administração.
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