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O livro infantil "Piccolo Uovo" -considerado "nocivo à família" pela Prefeitura de Veneza e banido de bibliotecas na cidade- ganhou um apoiador incomum: o papa Francisco.
O pontífice escreveu uma carta à autora, Francesca Pardi, elogiando o conteúdo do livro sobre as aventuras de um ovo que, em sua jornada, encontra famílias de animais de todo o tipo. Como um casal gay de pinguins, um hipopótamo que cria os filhos sozinhos, um casamento inter-racial entre cães, cangurus que adotam filhotes de urso e coelhas lésbicas que mantém uma família feliz.
"Sua Santidade é grato pelo gesto cuidadoso e pelos sentimentos que o livro evoca, desejando sempre atitudes frutíferas em serviço das jovens gerações e na difusão de valores genuinamente humanos e cristãos", diz o texto, assinado por um oficial do Vaticano e ao qual o jornal "The Guardian" teve acesso.
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Segundo o diário britânico, a carta data de 9 de julho e é uma resposta do papa ao envio de exemplares de "Piccolo Uovo" pela autora, que anexou à encomenda um depoimento em que conta os ataques conservadores que o livro recebeu.
"Piccolo Uovo" é um dos 49 livros censurados nas escolas públicas de Veneza, após o recém-eleito prefeito Luigi Brugnaro encampar a missão de proibir livros que, diz, são nocivos à família. Os livros haviam sido introduzidos no ensino público com o objetivo de quebrar, desde cedo, preconceitos frequentes na Itália.
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