Cotidiano

Países sul-americanos exigem explicações sobre veto a Morales

A declaração dos presidentes sul-americanos rechaça o que chamaram de “refém” dispensado pelos governos europeus a Morales

Publicado em 05/07/2013 às 09:49

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Reunidos em Cochabamba (Bolívia), os presidentes Ollanta Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai), Rafael Correa (Equador), Nicolás Maduro (Venezuela) e Dési Bouterse (Suriname) aprovaram declaração em que cobram explicações e pedido de desculpas dos governos da França, da Itália, de Portugal e da Espanha sobre o veto ao avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, há três dias.

“Exigimos dos governos da França, de Portugal, da Itália e Espanha que expliquem as razões sobre a decisão de impedir o sobrevoo do avião presidencial da Bolívia em seus espaços aéreos”, diz a declaração. “Da mesma maneira, [exigimos que] apresentem as desculpas públicas correspondentes aos graves fatos ocorridos”, diz o texto denominado Declaração de Cochabamba, divulgado ao fim da reunião extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

No último dia 2, o avião de Morales foi proibido de sobrevoar e aterrissar nos espaços aéreos  de Portugal, da França, Itália e Espanha porque havia suspeitas de que o ex-agente norte-americano Edward Snowden estivesse a bordo. Morales foi obrigado a desviar a rota e aguardar autorização para seguir viagem, em Viena, na Áustria, onde ficou em terra por cerca de 13 horas. Morales vinha de uma reunião técnica sobre produção de gás na Rússia.

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No último dia 2, o avião de Morales foi proibido de sobrevoar e aterrissar nos espaços aéreos  de Portugal, da França, Itália e Espanha (Foto: Divulgação)

Nos Estados Unidos, Snowden é acusado de espionagem e está na Rússia esperando a concessão de asilo político. O ex-agente denunciou que os norte-americanos monitoravam e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. Há ainda informações de que comunicações da União Europeia foram monitoradas. O norte-americano pediu asilo a 21 países, inclusive ao Brasil.

A declaração dos presidentes sul-americanos rechaça o que chamaram de “refém” dispensado pelos governos europeus a Morales. Para os líderes da região, houve a violação de normas e princípios básicos do direito internacional. “[Houve uma] flagrante violação dos tratados internacionais que regem a convivência pacífica, a solidariedade e a cooperação [internacionais]”, diz o texto.

Na reunião de Cochabamba, Rafael Correa alertou que a América Latina deve refletir sobre a “gravidade” do ocorrido. Para Mujica, A América latina se sente agredida com o que ocorreu a Morales. “Foi uma ofensa a toda a América do Sul”, disse o presidente do Suriname.

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