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Ministros dos países do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela) se encontraram nesta manhã com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e mostraram o repúdio da região às práticas de espionagem dos Estados Unidos. Os países discutem agora a possibilidade de levar o tema para a Assembleia-Geral da ONU e também pedir algum tipo de sanção contra os Estados Unidos.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio de Aguiar Patriota, destacou que é um esforço inédito e sem precedentes deste grupo de países levar um tema conjunto à ONU. "É um sinal de alerta, para que se desenvolvam mecanismos de cooperação e evitem estes abusos", disse o ministro em uma disputada entrevista com dezenas de jornalistas norte-americanos e estrangeiros nesta segunda-feira.
Na mesma reunião dos ministros foi apresentada uma nota de revolta da região contra o que ocorreu com o avião que transportava o presidente da Bolívia, Evo Morales, que em julho foi impedido de pousar em países europeus por conta da suspeita de que transportava Edward Snowden, que vazou segredos de inteligência dos EUA.
Patriota disse que Ban Ki-moon se mostrou solidário às preocupações dos países do Mercosul. "Está tendo um debate intenso nos Estados Unidos e é um tema que desperta preocupação geral", disse o ministro na entrevista.
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Os ministros do Mercosul levaram ao secretário da ONU a preocupação de que as práticas de espionagem norte-americanas ferem convenções internacionais e o direito à privacidade. "É uma prática violadora dos direitos humanos, da soberania das nações", disse na entrevista o ministro do Poder Popular para Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua.
A preocupação com a espionagem norte-americana na região segue uma decisão tomada na mais recente reunião de cúpula do Mercosul, no Uruguai, que repudiou a ação dos EUA em uma decisão dos chefes de Estado destes países. Os ministros participam ainda em Nova York amanhã de um debate do Conselho de Segurança da ONU que vai discutir cooperação entre os membros da organização.
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