Cotidiano

Pagando até R$ 300 por mês, moradores pedem isenção de pedágio na Rio-Santos

Munícipes de Itaguaí, Mangaratiba e Paraty reclamam de cobrança diária para se deslocar dentro da própria cidade e pedem isenção

Luna Almeida

Publicado em 10/04/2025 às 06:40

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O problema também atinge profissionais que dependem da estrada para trabalhar / Divulgação/ANTT

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Desde março de 2023, moradores de cidades da Costa Verde Fluminense, como Itaguaí, Mangaratiba e Paraty, no Rio de Janeiro, enfrentam um novo obstáculo no dia a dia: o pedágio na Rodovia Rio-Santos (BR-101). 

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Implantado no modelo free flow, o sistema de cobrança automática passou a pesar no bolso de quem precisa circular pela estrada, mesmo que apenas dentro do próprio município.

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Atividades básicas e essenciais, como trabalhar, levar os filhos à escola ou acompanhar familiares ao médico, passaram a custar pelo menos R$ 4,70 por dia, durante a semana. 

Nos finais de semana, esse valor sobe para R$ 7,90. Quem circula com frequência pela rodovia chega a gastar mais de R$ 200 por mês só com pedágio.

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O sistema, operado pela CCR RioSP, funciona com três pórticos de cobrança: no km 538 (Paraty), km 514 (Itaguaí) e km 447 (Mangaratiba). A cobrança acontece tanto na ida quanto na volta. Para quem não utiliza TAG, o pagamento deve ser feito em até 30 dias por meio dos canais de atendimento da concessionária.

Rotina impactada

Entre os moradores, o sentimento é de injustiça. Muitos alegam que o pedágio encareceu trajetos que sempre fizeram parte da rotina local. 

Um motorista de transporte alternativo, morador de Coroa Grande, em Itaguaí, calcula que o gasto mensal com o pedágio varia entre R$ 250 e R$ 300. Para ele, o valor pesa ainda mais porque os motoristas da região arcam sozinhos com a manutenção dos próprios veículos.

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Em Mangaratiba, um auditor fiscal reforça a reivindicação de isenção para os moradores, apontando que o direito de ir e vir não deveria ter um custo tão elevado para quem vive na região.

O problema também atinge profissionais que dependem da estrada para trabalhar, como taxistas. 

Um morador de Itaguaí relata que chega a gastar R$ 200 por mês com as tarifas, o que no final do ano representa um valor em torno de R$ 2,4 mil. Segundo ele, o dinheiro poderia ser usado para outras despesas importantes da família, mas acaba comprometido com os pedágios diários.

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Já algumas rodovias do estado de São Paulo, o pedágio ficará mais barato.

Deslocamentos por saúde também ficam mais caros

A situação se torna ainda mais complicada para famílias que dependem da Rio-Santos por questões de saúde. Uma moradora de Coroa Grande, estudante de Serviço Social, conta que os gastos mensais com o pedágio variam entre R$ 250 e R$ 300.

Ela precisa transitar pela rodovia várias vezes ao dia para levar os dois filhos a diferentes terapias. A mãe dela, uma idosa com problemas de saúde, também precisa de deslocamentos constantes.

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Segundo a moradora, até mesmo uma ida ao posto de saúde mais próximo exige o pagamento do pedágio, já que o acesso ao serviço médico fica do outro lado da rodovia.

Com a decisão recente da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, moradores que levam mais de 2 passageiros em seus veículos podem ter desconto na tarifa do pedágio

Moradores pedem isenção

Diante dos custos elevados e da necessidade de utilizar a estrada com frequência, moradores da Costa Verde se mobilizam por uma isenção nas tarifas de pedágio para quem vive nas cidades cortadas pela Rio-Santos. 

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Eles argumentam que, sem esse benefício, o deslocamento dentro do próprio município se tornou caro e prejudicial à qualidade de vida da população local. 

Enquanto aguardam respostas, os gastos continuam crescendo e comprometendo o orçamento das famílias.

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