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Inaugurado sob o lema “Um outro mundo possível”, em Porto Alegre, em 2001, o Fórum Social Mundial (FSM) continua atual, na opinião do diretor executivo da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), Damien Hazard. “Um outro mundo é possível, urgente e necessário. Em 2008, o mundo entrou em crise financeira, política, social e ambiental. O capitalismo está buscando formas de se reinventar. Isso coloca novos desafios para os movimentos sociais”, disse ele, que é membro do Conselho Internacional do FSM.
Nascido como contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que reúne grandes empresários e políticos em Davos, na Suíça, o FSM tem por objetivo valorizar outros modelos de desenvolvimento, pautar a desigualdade social na agenda mundial e mostrar que há outros caminhos possíveis, em que os direitos humanos têm importância maior que os econômicos, destaca Hazard.
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Segundo ele, um dos desafios do fórum é mobilizar um número maior de organizações, particularmente os novos grupos sociais que surgiram em 2010, como o Occupy Wall Street [nos Estados Unidos], os Indignados da Espanha e os movimentos revolucionários no Norte da África. Para Hazard, resta saber se o encontro será capaz de articular as organizações que têm convergência em suas pautas e reivindicações, de modo a conseguir maior incidência política em âmbito mundial e maior visibilidade.
Segundo Francisco Whitaker, um dos fundadores do fórum e membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e do Comitê Internacional do FSM, uma das propostas para resgatar a visibilidade do evento é voltar a fazer os encontros simultaneamente ao Fórum Econômico. “Deixamos de fazer nas datas de Davos e, do ponto de vista da comunicação, isso foi muito ruim. Saiu do mapa. Precisamos fazer de novo nas datas do Fórum Econômico Mundial de Davos para ocupar o espaço com um recado de que outro mundo é possível.”
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Para Mounir Hassine, presidente do Fórum Tunisiano de Direitos Econômicos e Sociais, em Monastir, na Costa Oriental do país, o evento é um momento importante para a sociedade civil tentar mudar o modelo de desenvolvimento instaurado pelo neoliberalismo, que resultou em exclusão de classes sociais. “Por isso, vemos a explosão de movimentos terroristas, sobretudo no mundo árabe.”
“O fórum de 2013 [também na Tunísia] consolidou a sociedade civil [tunisiana] para lutar contra a islamização do Estado. Conseguimos, até o momento, ganhar a batalha da liberdade. Acredito que este fórum vai nos dar força para ganhar a batalha dos direitos, que é a mais importante, porque a reivindicação do povo tunisiano é pelos direitos econômicos e sociais”, disse Hassine.
A Tunísia é considerada o berço da Primavera Árabe, a série de levantes populares que derrubaram governos autoritários na região. A transição do país para um regime democrático é tida como o único caso de sucesso da onda de contestações, já que países como Síria e Egito estão assolados por conflitos. O país promoveu eleições parlamentares e elegeu seu presidente no ano passado.
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Se for confirmada pelo Conselho Internacional do FSM, a cidade de Montreal, no Canadá, abrigará a próxima edição do fórum – a primeira em um país do Hemisfério Norte.
O Fórum Social Mundial 2015 vai até amanhã (28) e terá uma marcha de encerramento em solidariedade aos palestinos.