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A realeza de Edson Arantes do Nascimento, Pelé, não tem sido o bastante para superar as peripécias aquáticas do leão marinho do Aquário de Santos. A conclusão é baseada nas informações obtidas junto à Secretaria de Turismo da Cidade que revelam, em números, que de 15 de junho (inauguração do Museu Pelé) a 31 de agosto, 40.441 pessoas frequentaram o local. Enquanto isso, para ver o mamífero e demais companheiros, praticamente no mesmo período (01 de junho a 31 de agosto – uma diferença de 15 dias de arrecadação a menos para o museu), o equipamento do bairro da Ponta da Praia recebeu 117.141 pessoas – 76.700 pessoas a mais.
O Rei do futebol perdeu até para as flores e animais de pequeno porte que habitam o Orquidário, outra grande atração do Município. No período em que todos os olhos estavam voltados ao Mundo do Futebol, ou seja, em plena Copa do Mundo, o equipamento do bairro do José Menino recebeu 50.814 visitantes – 10.373 pessoas a mais que o Museu do Atleta do Século, descontando os 15 dias já mencionados.
O homem que se orgulha de seu time (Santos) ter parado uma guerra e que se refere a si na terceira pessoa, ainda não conseguiu alavancar, com seu equipamento sofisticado, o turismo em Santos, mesmo o empreendimento ter consumido R$ 50 milhões somente em sua construção, boa parte oriundos dos cofres dos governos estadual e federal, isto é, com dinheiro dos contribuintes.
Vale lembrar que o casarão do século 19 que abriga o Museu Pelé foi praticamente reconstruído, pois apenas três paredes do prédio original resistiram ao tempo e a dois incêndios. A obra contou com investimento privado através da Lei Rouanet. Já o Aquário e o Orquidário juntos custaram cinco vezes menos - 11,2 milhões - sendo R$ 1,2 milhão gasto com o primeiro e R$ 10 milhões com o segundo.
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Orçamento do Museu segue no vermelho
Entre a inauguração até 15 de setembro último, em média 337 pessoas visitaram diariamente o Museu Pelé — 10.110 por mês. O equipamento tem capacidade para receber 1.500 por dia. Portanto, o Museu só atingiu praticamente 1/4 de sua capacidade diária até agora.
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O prestígio de Pelé também não está sendo suficiente para tirar o museu que leva o seu nome do vermelho. Segundo a própria Prefeitura, são necessários R$ 200 mil mensais para manter o equipamento funcionando. No entanto, em dois meses de funcionamento, o museu arrecadou R$ 258.300,00 – R$ 129.150,00 por mês. Ou seja, um déficit de R$ 70.850,00 a cada 30 dias.
Vale a pena ressaltar que Pelé, pela cessão de seu acervo, tem direito a 15% da receita mensal auferida. Portanto, dos R$ 129.150,00 arrecadados com os ingressos por mês, R$ 19.372,50 vão direto para o bolso do Atleta do Século. Segundo a Prefeitura, a média diária da bilheteria é R$ 3.354,54.
Ainda falando em valores, entre junho e agosto, o Aquário foi responsável pela arrecadação de R$ 329.219,00, uma média de R$ 109.739,00 por mês. Já o orquidário teve uma arrecadação no período de R$ 117.136,25 ou R$ 39.045,00. Um detalhe: o custo das entradas de ambos os equipamentos é bem inferior a do Museu Pelé. Em ambos paga-se R$ 5,00.
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