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O Brasil é o único sócio do qual a Argentina não pode prescindir dado a confluência de interesses comerciais, liderança e força para reorganizar o comércio exterior no âmbito do Mercosul e fazer acordos estratégicos com países de fora do bloco. É o que disse o ministro (equivalente a secretário estadual aqui no Brasil) de Comunicação e Desenvolvimento do Governo da Província de Córdoba, Jorge Lawson.
Ele esteve na quinta-feira, 11, em São Paulo, onde participou de evento organizado pela Câmara de Comércio Argentino Brasileiro, que debateu formas para derrubar as barreiras que emperram o comércio entre os dois países. Na opinião de Lawson, há um vasto campo de oportunidades comerciais que Brasil e Argentina estão deixando de aproveitar, tanto na região quanto no resto do mundo por estarem olhando apenas para os mercados internos.
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Opositor declarado do governo de Cristina Kirchner, Lawson diz acreditar que, juntos, os dois maiores países sul-americanos reúnem condições para reconstruir o Mercosul, acessar o mercado asiático e costurar acordos estratégicos com os Estados Unidos, por exemplo. "Mas para isso os dois países precisam conversar", disse o ministro de Córdoba. Segundo ele, a política adotada pela presidente Cristina Kirchner, de reter as exportações e dificultar a liberação de dólares para as importações, leveou ao esgarçamento do ambiente de negócios entre os dois países.
A retomada do clima de negócios entre Brasil e Argentina, segundo Lawson, tem que necessariamente passar primeiro pela recuperação da institucionalização e do diálogo entre a Casa Rosada e os diversos setores da economia argentina e, depois, com seus vizinhos, especialmente o Brasil. "A política de Cristina conseguiu criar uma série de divergências entre Brasil e Argentina", lamentou.
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"Se não tem clima de negócios, não se consegue fazer nada", disse Lawson justamente no dia em que a imprensa trouxe reportagem relatando a desistência da General Motors (GM) brasileira de exportar para a Argentina por conta da dificuldade que o governo de Cristina Kirchner impõe à liberação de dólares para pagar seus fornecedores estrangeiros.
De acordo com Lawson, para o governo de Córdoba e empresários argentinos o Brasil é o único sócio indispensável da Argentina para a criação de uma aliança estratégica com os Estados Unidos. Juntos, segundo o ministro, Brasil e Argentina são os maiores exportadores de alimentos do mundo. Ele diz ver muitas oportunidades entre os dois países, mas também pouco esforço para trabalhar esta questão. A Argentina, por exemplo, é um dos principais produtores de carne do mundo, mas desde 2006, quando o governo adotou a política de retenção das exportações, foram fechados 136 frigoríficos e eliminados 67 mil postos de trabalho.
Lawson disse que em Córdoba o governo tem um programa de financiamento de compras de carros produzidos localmente, mas cuja produção depende de insumos vindo de outros países, especialmente do Brasil. Com a política de restrição de dólares do governo argentino, os insumos não têm chegado. "Temos crédito mas não temos automóveis porque na Argentina não se pode adquirir dólares."
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