Cotidiano

Onze empresas disputam construção de terminal no Aeroporto de Guarujá, no litoral de SP

Espaço para embarque e desembarque de passageiros terá 300 metros quadrados e vencedora da licitação pode ser anunciada já nesta semana

Nilson Regalado

Publicado em 21/09/2024 às 07:00

Atualizado em 21/09/2024 às 09:01

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Aeródromo faz parte da carteira de investimentos do novo Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) do Governo Federal e as obras da primeira e da segunda fase serão pagas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil / Divulgação/PMG

Onze empresas se credenciaram para a construção do terminal de passageiros do futuro Aeroporto Civil Metropolitano do Guarujá. E a vencedora da licitação pode ser conhecida já nesta semana, após a análise dos recursos apresentados por interessados no contrato, que prevê investimento de R$ 3,47 milhões.

As propostas e os recursos administrativos estão em fase final de análise na Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos. O futuro terminal terá 300 metros quadrados e a previsão é que as obras durem cinco meses após a assinatura do contrato com a vencedora da licitação.

O espaço para embarque e desembarque dos passageiros integra a segunda fase do projeto de adaptação das instalações da Base Aérea de Santos, no Distrito de Vicente de Carvalho.

A primeira fase começou em março, contempla reformas na pista de pouso e decolagem, no espaço para taxiamento das aeronaves e o cercamento do futuro aeroporto. Esse pacote de intervenções deve ser concluído até o final deste ano a um custo de R$ 19 milhões. Os trabalhos estão a cargo da Terracom Construções Ltda.

O aeródromo faz parte da carteira de investimentos do novo Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) do Governo Federal e as obras da primeira e da segunda fase serão pagas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil.

O compartilhamento do espaço entre civis e militares foi precedido de um zoneamento que ordenou as áreas para cada atividade. 

A ordem de serviço para o início da primeira fase das obras foi assinada pelo prefeito Valter Sumam em 27 de fevereiro, 105 anos depois de o aviador Virginius de Lamare ter pousado uma aeronave pela primeira vez em ‘solo caiçara’.

Segundo a Prefeitura, empresas aéreas vêm demonstrando interesse na operação de voos comerciais a partir do futuro aeroporto. A expectativa é que, em 2025, os primeiros Cessna Caravan 208 com capacidade para dez a 14 passageiros já estejam operando voos diários para o Rio de Janeiro e Campinas.  

Sonho de Décadas

A área da União onde será instalado o futuro Aeroporto Civil Metropolitano pertence à União e, desde dezembro de 1924, está ocupada pela Base Aérea, batizada inicialmente como Posto de Aviação Naval de Santos. A unidade militar localizada em Vicente de Carvalho foi a primeira do gênero no País. Hoje, o Brasil conta com outras 18 bases aéreas.

A adaptação da Base Aérea para que possa receber voos de passageiros era esperada pelas lideranças políticas e empresariais da região há quase quatro décadas, desde que a Rio-Sul Linhas Aéreas parou de voar do Guarujá com destino a São José dos Campos e Rio de Janeiro nos anos 1980.

Mas, o feito do aviador Virginius de Lamare inaugurou, em 1919, a relação de fascínio e de idas e vindas da região com os aviões. E essa conexão começou com os hidroaviões.

O sonho de um aeroporto começou a ser embalado em 1921, quando o deputado federal santista César Lacerda de Vergueiro (1886/1957) apresentou projeto na Câmara dos Deputados visando a criação de uma base aeronaval.

Nessa época, os hidroaviões pousavam na altura da Ponta da Praia. Daí, o destino era a Praia do Góes, o atual bairro da Conceiçãozinha ou a região da Bocaina, em Guarujá.

Nessa época o Governo Federal destinou seis aeronaves para o patrulhamento da costa. À Marinha caberia construir hangares. A pedra fundamental da atual Base Aérea foi lançada em outubro de 1922, as desapropriações começaram em 1923 e as primeiras instalações militares surgiram há exatos 100 anos, em 1924. 

Voos Internacionais 

Mas, a região chegou a abrigar até uma pista para voos internacionais. Na década de 1930, a Air France operou o aeródromo à beira-mar, no Bairro Aviação, em Praia Grande. Durante a II Guerra Mundial a área foi desapropriada dos estrangeiros.

Também na década de 1930, hidroaviões com capacidade para 20 passageiros faziam voos regulares entre Buenos Aires, Montevidéu e Santos. Em 1938, foi registrada pela Companhia Docas a escala de 625 hidroaviões.

Já em 1947, o deputado estadual Lincoln Feliciano apresentou projeto na Assembleia Legislativa para construção de um aeroporto internacional no Campo da Aviação (na Praia Grande) na área expropriada da Air France. Dois anos depois, um projeto semelhante foi apresentado na Câmara Federal pelo deputado Antônio Feliciano.

Até os anos 1990, a pista que pertenceu aos franceses serviu para treinamento de pilotos civis. Os cursos eram oferecidos pelo Aeroclube de Santos, mas a escola foi desativada devido ao perigo que representava para a vizinhança, já muito adensada. 

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