Continua depois da publicidade
A Organização das Nações Unidas (ONU) vai intermediar um acordo para permitir a reconstrução da Faixa de Gaza, informou o principal enviado da ONU ao Oriente Médio nesta terça-feira. Pela negociação, a Autoridade Palestina vai liderar os esforços, com a ajuda do setor privado.
O acordo entre Israel, a Autoridade Palestina e as Nações Unidas inclui a implementação de uma missão de monitoramento para assegurar que os materiais de construção não serão desviados para usos militares, afirmou Robert Serry ao Conselho de Segurança da ONU. Serry disse ter presenciado "cenas realmente chocantes de destruição de infraestrutura, hospitais e escolas" durante sua visita a Gaza na semana passada.
"O conflito em Gaza é uma tragédia humana espantosa, e causou um dano terrível a uma confiança que já era tensa", afirmou o enviado da ONU. "Mesmo com o cessar-fogo mediado pelo Egito em pé desde o dia 16 de agosto, a trégua continua inquietantemente frágil, com a dinâmica fundamental ainda sem solução."
Continua depois da publicidade
Segundo ele, as Nações Unidas consideram o "mecanismo temporário" para reconstruir a região como "um sinal de esperança para o povo de Gaza" e um importante passo em direção à suspensão de todas as barreiras alfandegárias na Faixa. Ele destacou que as restrições "precisam ser retiradas e sem demora".
Serry pediu que o Conselho de Segurança apoie o acordo, dizendo que a negociação vai assegurar aos doadores que os valores investidos "serão usados rapidamente, e apenas para propósitos civis".
O conflito mais recente na Faixa de Gaza deixou cerca de 2,1 mil palestinos mortos, a maioria deles civis, de acordo com autoridades da Palestina e da ONU. Israel afirma que o número de militantes que morreram foi muito maior e acusa o Hamas de usar civis como escudos humanos. Do lado israelense, 66 soldados e seis civis foram mortos.
Continua depois da publicidade
Grandes bairros foram totalmente dizimados, e cerca de 18 mil casas foram destruídas ou danificadas gravemente, Serry informou. Quase 100 mil pessoas perderam suas casas, "deixando famílias despedaçadas e desesperadas". Segundo o diplomata, 111 instalações da ONU sofreram prejuízos e mais de 65 mil palestinos refugiados ainda vivem nos abrigos da organização.
Continua depois da publicidade