Continua depois da publicidade
Cerca de 5 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária devido ao conflito no Leste da Ucrânia, alertou hoje (27) a Organização das Nações Unidas (ONU), ressaltando que se trata de "uma situação muito sombria".
"Existe verdadeiramente uma crise humanitária nas zonas controladas pelos separatistas", destacou o coordenador para a Ajuda Humanitária da ONU na Ucrânia, Neal Walker, de passagem por Bruxelas para incitar as instituições europeias a contribuir para novo apelo de recolhimento de fundos, lançado esta semana pelas Nações Unidas, com o objetivo de arrecadar 282 milhões de euros.
A ONU calcula que 4,7 milhões de pessoas em território separatista, em zonas de combate ou nas suas proximidades, necessitem de ajuda. Além disso, 300 mil pessoas fugiram para outras partes do país e 1 milhão procuraram refúgio no exterior para escapar do conflito que já matou 5,8 mil pessoas em dez meses.
"Assistimos a um abrandamento momentâneo dos combates, nas últimas 24 horas, e esperamos sinceramente que o cessar-fogo nos permita dar respostas a necessidades humanitárias críticas", disse o coordenador da ONU.
Continua depois da publicidade
Para poder agir, as Nações Unidas têm de cruzar a linha de frente do Exército ucraniano, construir "abrigos de emergência", conseguir acesso a água e saneamento, além de "haver uma necessidade desesperada de medicamentos", indicou Neal Walker. Ele acrescentou que até agora "o conflito tornou muito difícil o trabalho", notadamente nos casos de maior vulnerabilidade.
"Essas pessoas têm vivido em circunstâncias extremamente difíceis, sob bombardeios constantes, e por isso se esconderam em adegas e cavernas que onde não dispõem de sanitários. Muitas vezes não têm comida, nem água ou aquecimento", descreveu Walker.
Continua depois da publicidade
Ele relativizou, porém, o impacto da recente interrupção do fornecimento de gás aos territórios separatistas, por parte de Kiev, e afirmou que "com ou sem gás, muitos edifícios não têm aquecimento, as suas janelas estão partidas ou os telhados perfurados".
"A questão do abrigo e do aquecimento não tem a ver apenas com o gás, mas sobretudo com um cessar-fogo sustentável, uma paz viável", concluiu.