Cotidiano

Onça-pintada rara e ameaçada de extinção caça galinhas próximo a Peruíbe; VÍDEO

O felino é criticamente ameaçado de extinção no bioma Mata Atlântica, com pouquíssimos indivíduos na região da Serra do Mar

Márcio Ribeiro, de Peruíbe para o Diário do Litoral

Publicado em 28/03/2025 às 11:26

Atualizado em 28/03/2025 às 13:21

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De acordo com as informações levantadas, ela comeu ao menos 15 animais / Reprodução

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Dois vídeos impressionantes registraram uma Onça-pintada (Panthera onca) caçando galinhas em uma propriedade rural nas proximidades de Itariri, Vale do Ribeira, cidade vizinha à Peruíbe. De acordo com as informações levantadas, ela comeu ao menos 15 animais. O felino é criticamente ameaçado de extinção no bioma Mata Atlântica, com pouquíssimos indivíduos na região da Serra do Mar.

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Na primeira gravação, a onça aparece correndo atrás de duas aves e, com facilidade, captura uma delas com a garra e, depois, leva a presa na boca.

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No segundo vídeo, gravado uma hora depois, mostra a onça errando um bote ao tentar segurar a ave no ar, mas ela se redime, corre atrás e captura sua presa segundos depois.

Assista:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A Equipe do “Felinos da Juréia Itatins”, do Instituto Bioventura, foi acionada, identificou o animal e a veracidade das imagens, pois é comum que vídeos recebidos sejam falsos ou de outras regiões.

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“O animal é uma Onça-pintada, criticamente ameaçada no bioma Mata Atlântica com pouquíssimos indivíduos na região da Serra do Mar e estamos investigando se ainda há registros na Juréia-Itatins (outra formação de serras ao lado da Serra do Mar)”, disse o Biólogo coordenador do Instituto Bioventura, Ed Ventura.

A reportagem foi ao local com a equipe do Instituto e confirmou que o sítio existe, é real e localizado na região.

“Constatamos a veracidade do registro em vídeo porque a equipe de biólogos e veterinários do Instituto fez uma visita de reconhecimento do local. Fizemos uma varredura também nas trilhas para encontrar vestígios e analisar o potencial da área para o sustento da Onça-pintada.

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Também contamos com o auxílio de nosso cão de detecção, treinado para farejar fezes de felinos silvestres. O único no Brasil a realizar esse trabalho de conservação com felinos. ”, disse a presidente do Instituto, Lu Ventura.

A expedição Onça-pintada contou também com Valdenir Ribeiro – Dico (Caiçara tradicional e vice-presidente do Instituto) e Bruno Lourenço (Biólogo de campo).

Terreno onde a onça caçou galinhasA reportagem foi ao local com a equipe do instituto / Márcio Ribeiro/DL

Raridade

A Onça-pintada é um animal criticamente ameaçado na Mata Atlântica devido à caça ilegal, a redução de suas presas e a perda de habitat para a agricultura, pecuária e expansão das cidades.

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De acordo com os biólogos do Instituto, a espécie é extremamente rara nessa região. A presença dessa espécie indica que a área ainda tem potencial para a conservação da fauna brasileira.

“O local onde ela apareceu é bastante afastado de centros urbanos, uma região preservada e com a presença de presas que fazem parte de sua dieta alimentar. ”

Para quem tem criação por perto, o biólogo, Ed Ventura, incentiva a construção de recintos protegidos, como galinheiros com telas e portas que podem ser fechadas principalmente à noite e disse mais:

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“A Onça-pintada não se alimenta naturalmente de animais de criação. Quando isso acontece, é provavelmente pela facilidade de captura. É como se abrisse a geladeira e pegasse a comida”, disse ele.

Felinos da Juréia-Itatins

O projeto foi criado por Lu Ventura e Ed Ventura, com o objetivo de conservar a fauna da Mata Atlântica da Juréia-Itatins. Apesar de ativo desde 2021, ainda não encontraram a Onça-pintada naquela região:

“Não há confirmação se a Onça-pintada ainda existe ou não na Juréia-Itatins. A falta de registros ainda não nos dá uma base para afirmar algo. Uma vez que as Onças-pintadas da Mata Atlântica são mais esquivas e também menos estudadas na região. Mas, há sim, relatos de moradores locais que dizem ver, porém estamos trabalhando nessas informações. O último registro oficial de uma Onça-pintada na Juréia foi em 1988, quando um espécime foi morto por caçadores e sua pele foi apreendida pela polícia florestal.”, disse Ed.

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Tem Perigo?

As onças evitam qualquer contato – até mesmo visual – com seres humanos e não há relatos de ataques contra pessoas. Os muitos vídeos que circulam nas redes sociais são falsos e isso prejudica a reputação desse belo animal.

Um dos objetivos do Projeto Felinos da Juréia Itatins é desmentir essas fakes news, desmistificar e informar mais as pessoas sobre as Onças-pintadas e outros animais silvestres, mostrando que a coexistência entre pessoas e esses animais é possível.

“Estamos sempre disponíveis para orientar a população caso onças e qualquer outro animal silvestre apareça nas propriedades”, disse, Lu Ventura.

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Caso você tenha o privilégio de encontrar uma delas por aí, o ideal é se afastar, deixar ela seguir seu caminho e nunca perseguir ou entrar em conflito. No caso de aparições em propriedades onde há a criação de animais, é importante informar os órgãos ambientais competentes na região ou instituições como o Instituto Bioventura que trabalham com conservação e bem-estar da fauna.

Crime

Vale deixar o pedido para as pessoas não divulgarem informações nas redes sociais sem ter confirmação da veracidade e da fonte original do assunto. Vale lembrar também que matar ou perseguir animais silvestres é crime ambiental.

Outras onças

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Outras onças já foram avistadas na Região. Em 2024, uma  onça parda em extinção foi flagrada em parque de Bertioga.

Uma outra onça foi vista nadando na região do mangue no Residencial Marina Guarujá, próximo ao Rabo do Dragão.

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