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Um mês depois de ter sido inocentado da acusação de ter cometido homicídio doloso (quando há intenção de matar), fato que também o livrou do risco de ser condenado à prisão perpétua, Oscar Pistorius voltou ao banco dos réus nesta segunda-feira, em Pretória, na África do Sul. Julgado pelo assassinato da modelo Reeva Steenkamp, o astro paralímpico já foi declarado culpado pelo crime de homicídio culposo (sem intenção de matar) e agora espera pela sentença que irá receber, o que está previsto para acontecer até o fim desta semana.
Nesta segunda, o assistente social Joel Maringa, oficial do Departamento de Serviços Penitenciários, sugeriu à juíza Thokozile Masipa que Pistorius recebesse uma pena de três anos de prisão domiciliar, além de realizar 16 horas de serviço comunitário por mês durante este período. Para completar, Maringa defendeu a possibilidade de o atleta ser liberado para poder treinar e voltar a participar de competições de atletismo
Pistorius admitiu que efetuou os quatro disparos que mataram Reeva no dia 14 de fevereiro do ano passado. Porém, ele disse que confundiu a sua namorada com um intruso na sua residência e a matou acidentalmente. A acusação, entretanto, alegava que o atleta matou a modelo intencionalmente depois de uma discussão acalorada, ouvida por vizinhos. E, ao ouvir a sugestão de Maringa nesta segunda, o promotor do caso, Gerrie Nel, chamou a proposta de "chocantemente inapropriada".
A promotoria acusava Pistorius de ter premeditado o assassinato de Steenkamp, de 29 anos, na suíte do casal na casa do atleta em Pretória, mas ele acabou inocentado desta acusação no tribunal. Fortemente criticada na África do Sul por ter considerado que o astro cometeu apenas homicídio culposo, Masipa foi protegida por forte esquema de segurança durante a audiência desta segunda.
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De acordo com as leis sul-africanas, a pena a ser aplicada em Pistorius pode variar entre o simples pagamento de um multa até a condenação a 15 anos de detenção. E o tribunal acabou entrando em recesso até esta terça após Nel pedir mais tempo para analisar documentos do caso antes de chamar ao menos mais duas últimas testemunhas para depor nesta semana em que a sentença deverá ser anunciada.
'Um homem quebrado'
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Também nesta terça, a psicóloga Lore Hartzenberg, testemunha de defesa do caso, disse no tribunal que o astro paralímpico hoje é um "homem quebrado que perdeu tudo" por causa das consequências drásticas proporcionadas pelo ato que custou a vida de sua namorada. A profissional disse ter acompanhado o atleta por 18 meses, nos quais disse ter convivido com um paciente com quadro de depressão e estresse pós-traumático. Nas sessões de terapia, ela afirmou ter visto um Pistorius arrependido, emotivo e sempre chorando demais.
Com este testemunho da psicóloga, a defesa do atleta espera persuadir a juíza do caso a aplicar uma pena mais branda do que a esperada inicialmente a Pistorius, que detonou a sua própria imagem de ídolo nacional e referência mundial entre os atletas paralímpicos ao atirar contra a sua namorada e matá-la.
O atleta sul-africano, que competia com auxílio de próteses nas duas pernas, viveu o ápice da sua carreira em 2012, quando participou dos Jogos de Londres, se tornando o primeiro competidor paralímpico a disputar uma edição da Olimpíada. Além disso, ele possui oito medalhas paralímpicas, sendo seis delas de ouro.
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