Continua depois da publicidade
Em depoimento à Comissão Especial de Vereadores (CEV) do bairro do Vale Verde, em Cubatão, o secretário de Obras do Município, Antonio Domingos Carneiro, garantiu que o revestimento dos canais, iniciado pela Prefeitura, só será retomado após uma licença ambiental da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb). “Estamos buscando esta licença, mas sem o documento, a Prefeitura não pode retomar estes serviços”, explicou.
A CEV se reuniu recentemente para dar encaminhamentos aos problemas do bairro, objeto de reportagens do Diário do Litoral. A CEV é presidida pelo vereador Aguinaldo Araújo (PDT) e busca, entre outras melhorias, acabar com o problema de alagamentos enfrentado pelos moradores.
“Na última reunião, os moradores falaram quais os problemas e os representantes dos órgãos responsáveis se comprometeram a fazer algumas melhorias. Esta reunião é para que todos acompanhem o andamento das obras e das melhorias”, explicou o vereador Aguinaldo Araújo.
Participaram da reunião também o coordenador de relações institucionais da América Latina Logística (ALL), Marcelo Fiedler. Os vereadores Jair Ferreira Lucas (PT), o Jair do Bar, e Fábio Moura (Pros) também acompanharam o encontro, no auditório da Câmara.
Por se tratar de águas pluviais que passam pelo bairro, a limpeza é de responsabilidade da Prefeitura. Cabe a ALL Logística, que tem a concessão da malha ferroviária que margeia o bairro, acompanhar a execução da obra.
Fiedler informou que a ALL tem cumprido um cronograma de obras, acordadas com a população. “A construção das galerias é uma obra cara, de mais de R$ 500 mil, e há passos burocráticos a serem enfrentados, mas temos cumprido os prazos e, a pedido da população, vamos tentar antecipar estas obras”, disse.
Enchentes, pavimentação e iluminação
Moradores do Vale Verde acompanharam a reunião e pediram também intervenções em questões como pavimentação e iluminação do bairro. Em março último, a Reportagem mostrou o drama de viver no Vale Verde, que pedia o básico: desobstruir as várias galerias sob a linha férrea da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-55) para que a tubulação cumpra o seu principal propósito que é o de dar vasão às águas pluviais e oriundas de cachoeiras que seguem por córregos e atingem o manguezal localizado em frente ao bairro.
Basta uma nuvem mais carregada aparecer no céu para que as cerca de 800 famílias (3.200 moradores) do bairro iniciem uma verdadeira corrida contra o tempo para se proteger das enchentes. Os moradores já perderam as contas do número de móveis que perderam e veículos que tiveram que ser reparados em função das águas. Alguns chegaram a comprar barcos para escapar das enchentes e auxiliar os vizinhos, principalmente idosos e crianças.
O bairro
Ao pé da grande Serra do Mar e margeando a rodovia, o Vale Verde é uma espécie de condomínio. Ele foi construído na década de 80 e projetado para receber um público de alto poder aquisitivo e substituir o cultivo de bananas, antigo negócio de uma família portuguesa em Cubatão.
Aos poucos o loteamento original teve que ceder espaço para uma sociedade popular, mas conserva ainda hoje o aspecto de condomínio, com direito a muros ao redor do bairro e portaria monitorada na entrada, apesar da passagem ser livre a qualquer visitante.