Cotidiano

Obras do canais do Vale Verde serão retomadas após licença ambiental

A informação é do secretário de Obras de Cubatão, Antonio Carneiro, que deu depoimento à CEV

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 09/08/2014 às 10:43

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Em depoimento à Comissão Especial de Vereadores (CEV) do bairro do Vale Verde, em Cubatão, o secretário de Obras do Município, Antonio Domingos Carneiro, garantiu que o revestimento dos canais, iniciado pela Prefeitura, só será retomado após uma licença ambiental da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb). “Estamos buscando esta licença, mas sem o documento, a Prefeitura não pode retomar estes serviços”, explicou.

A CEV se reuniu recentemente para dar encaminhamentos aos problemas do bairro, objeto de reportagens do Diário do Litoral. A CEV é presidida pelo vereador Aguinaldo Araújo (PDT) e busca, entre outras melhorias, acabar com o problema de alagamentos enfrentado pelos moradores.

“Na última reunião, os moradores falaram quais os problemas e os representantes dos órgãos responsáveis se comprometeram a fazer algumas melhorias. Esta reunião é para que todos acompanhem o andamento das obras e das melhorias”, explicou o vereador Aguinaldo Araújo.

Participaram da reunião também o coordenador de relações institucionais da América Latina Logística (ALL), Marcelo Fiedler. Os vereadores Jair Ferreira Lucas (PT), o Jair do Bar, e Fábio Moura (Pros) também acompanharam o encontro, no auditório da Câmara.

Por se tratar de águas pluviais que passam pelo bairro, a limpeza é de responsabilidade da Prefeitura. Cabe a ALL Logística, que tem a concessão da malha ferroviária que margeia o bairro, acompanhar a execução da obra.

Fiedler informou que a ALL tem cumprido um cronograma de obras, acordadas com a população. “A construção das galerias é uma obra cara, de mais de R$ 500 mil, e há passos burocráticos a serem enfrentados, mas temos cumprido os prazos e, a pedido da população, vamos tentar antecipar estas obras”, disse.

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sofrem com enchentes, falta de pavimentação e iluminação (Foto: Matheus Tagé/DL)

Enchentes, pavimentação e iluminação

Moradores do Vale Verde acompanharam a reunião e pediram também intervenções em questões como pavimentação e iluminação do bairro. Em março último, a Reportagem mostrou o drama de viver no Vale Verde, que pedia o básico: desobstruir as várias galerias sob a linha férrea da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-55) para que a tubulação cumpra o seu principal propósito que é o de dar vasão às águas pluviais e oriundas de cachoeiras que seguem por córregos e atingem o manguezal localizado em frente ao bairro.

Basta uma nuvem mais carregada aparecer no céu para que as cerca de 800 famílias (3.200 moradores) do bairro iniciem uma verdadeira corrida contra o tempo para se proteger das enchentes. Os moradores já perderam as contas do número de móveis que perderam e veículos que tiveram que ser reparados em função das águas. Alguns chegaram a comprar barcos para escapar das enchentes e auxiliar os vizinhos, principalmente idosos e crianças.

O bairro

Ao pé da grande Serra do Mar e margeando a rodovia, o Vale Verde é uma espécie de condomínio. Ele foi construído na década de 80 e projetado para receber um público de alto poder aquisitivo e substituir o cultivo de bananas, antigo negócio de uma família portuguesa em Cubatão.

Aos poucos o loteamento original teve que ceder espaço para uma sociedade popular, mas conserva ainda hoje o aspecto de condomínio, com direito a muros ao redor do bairro e portaria monitorada na entrada, apesar da passagem ser livre a qualquer visitante.

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