Cotidiano

Obama reconhece que EUA subestimaram ameaças no Iraque

De acordo com o presidente americano, durante a guerra no Iraque, as forças militares americanas junto com as tribos sunitas iraquianas conseguiam suprimir todos os militantes da Al-Qaeda

Publicado em 29/09/2014 às 16:33

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O presidente americano, Barack Obama, reconheceu que as agências de inteligência americanas subestimaram a ameaça de grupos extremistas. Em uma entrevista transmitida no domingo no programa "60 minutos" do canal de televisão CBS, Obama concordou com as afirmações do diretor nacional de inteligência, James Clapper, de que os EUA "subestimaram o que estava acontecendo na Síria". Ele também disse que era "absolutamente verdade" que o país superestimou a habilidade e o poder de luta do Exército Iraquiano.

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De acordo com Obama, durante a guerra no Iraque, as forças militares americanas junto com as tribos sunitas iraquianas conseguiam suprimir todos os militantes da Al-Qaeda. "Durante o caos da guerra civil na Síria, onde essencialmente você tem enormes faixas do país que estão completamente desgovernadas, eles foram capazes de se reconstruírem e tirarem vantagem do caos", afirmou.

O senador John McCain, que perdeu a eleição presidencial para Obama em 2008, disse em entrevista à rede CNN, nesta segunda-feira, que a administração calculou mal a necessidade dos EUA manterem uma parte das forças militares no Iraque após o fim da guerra. Os EUA e o governo do então primeiro-ministro iraquiano, Nouri Al-Maliki, não chegaram a um acordo na época.

Barack Obama reconheceu que as agências de inteligência americanas subestimaram a ameaça de grupos extremistas (Foto: Scott Applewhite/Associated Press/Estadão Conteúdo)

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Obama também admitiu que a campanha militar liderada pelos EUA contra o grupo extremista Estado Islâmico e afiliados da Al-Qaeda na Síria está ajudando o presidente sírio Bashar Assad, acusado pelos EUA de crimes de guerra. "Reconheço a contradição" disse. "Não vamos tornar a Síria estável sob o comando de Assad", cujo governo cometeu "terríveis atrocidades", declarou. Ainda assim, Obama afirmou que não teve escolha a não ser ordenar bombardeios aéreos contra o Estado Islâmico e o grupo Khorasan, inimigos de Assad, porque "essas pessoas poderiam matar americanos".

Segundo Obama, a prioridade agora é combater os extremistas que ameaçam o Iraque e o Ocidente. Obama deixou claro que não tem intenção de aumentar a presença em terra além dos 1.600 conselheiros americanos e tropas de operação especial que estão no país. "Estamos ajudando o Iraque em uma batalha muito real que está acontecendo no próprio território deles, com as tropas deles", disse Obama.

O presidente americano também afirmou que os EUA são o único país capaz de liderar essa luta. "É sempre assim", disse. "Nós somos a nação indispensável. Nós temos capacidade como ninguém mais tem. Nosso Exército é o melhor em toda a história e quando surgem problemas em qualquer parte do mundo, ninguém liga para Pequim nem para Moscou. Ligam para nós", declarou. 

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