Mais de 11 mil sírios fugiram da guerra civil em seu país nas últimas 24 horas, informa o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Trata-se de um raro aumento acentuado no fluxo de refugiados, avalia a entidade.
Alguns sírios estavam tão desesperados para sair do país que escalaram cercas de arame farpado para entrar na Turquia em Ceylanpinar, cidade turca que confina com a província síria de Al-Hasakah. Idosos, homens e mulheres adultas carregavam crianças nas costas enquanto escalavam a cerca de arame farpado e saíam da Síria, observados por soldados turcos. O número de refugiados sírios, agora, supera 400 mil, disse o Acnur.
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Também ontem, combates entre insurgentes sírios e soldados do governo em Ras al-Ain, cidade síria que fica na fronteira, ao lado de Ceylanpinar, deixou pelo menos 20 soldados mortos, informou o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo opositor sediado em Londres.
O Observatório informou, citando a agência France Presse (AFP), que 26 soldados e rebeldes morreram em combates em Ras al-Aind, que fica na província de Al-Hasakah. O local é um dos últimos dois postos fronteiriços com a Turquia ainda controlados por soldados de Bashar Assad.
Panos Moumtzis, porta-voz do Acnur em Genebra, disse que agora o número de refugiados sírios na Turquia é de 120 mil. "Essas pessoas fugiram dos combates entre o Exército Livre da Síria (ELS) e o governo da Síria", incluídos mais de 70 que escaparam feridos para a Turquia e morreram nos últimos dois dias nos hospitais da província de Sanliurfa", disse Adrian Edwards, porta-voz do Acnur.
Fome
O número de pessoas dentro da Síria que precisarão de ajuda emergencial para se alimentar deverá crescer para mais de quatro milhões no começo de 2013, bem acima dos atuais 2,5 milhões, alertou ontem o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha, pela sigla em inglês).
"No começo do próximo ano, nós prevemos que o número de pessoas em dificuldades excederá quatro milhões, acima dos 2,5 milhões.. isso só aumentará em termos de sofrimento humanitário", disse John Ging, chefe do Ocha em Genebra.