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O número de mortos no acidente ocorrido na última terça-feira em uma mina de carvão na Turquia subiu para 301, reforçando o título de acidente mais mortal do gênero na história do país. O ministro da Energia da Turquia Taner Yildiz anunciou o número final de mortos após as equipes de resgate terem recuperado os corpos de mais dois mineiros. "A operação de resgate foi concluída. Não há mais mineiros no subsolo", disse a repórteres na cidade de Soma.
Empregados da Soma Holding, empresa que explora a mina, acusam a mineradora de negligência, enquanto funcionários do governo e da mineradora têm insistido que o desastre não é resultado de negligência e que a mina foi inspecionada regularmente.
"A empresa é culpada", disse o mineiro Erdal Bicak, que decidiu não voltar a trabalhar em qualquer mina novamente. Ele contou que tinha acabado de terminar seu turno de terça-feira e estava se encaminhando para deixar a mina quando gerentes ordenaram que ele evacuasse por causa de um problema na mina de carvão. Segundo Bicak, trabalhadores se reuniram em uma área para rapidamente colocar máscaras de gás.
O mineiro também disse que os gerentes tinham equipamentos que medem os níveis de gás metano. "Os novos níveis de gás ficaram muito altos e eles não nos disseram a tempo", disse. Bicak afirmou, ainda, que os inspetores de segurança do governo nunca visitaram o patamares inferiores da mina e não tinham ideia das más condições dos trabalhadores no subterrâneo.
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O gerente de operações da mina Soma, Akin Celik, disse que a espessa fumaça do incêndio subterrâneo matou mineiros que não usavam máscaras de gás. Altos níveis de dióxido de carbono e monóxido de carbono também eram um problema para as equipes que trabalhavam no resgate das vítimas.
O jornal Milliyet informou neste sábado sobre um relatório preliminar feito por um especialista em segurança de minas que entrou na Soma. O documento sugere que a combustão do carvão teria causado o colapso do teto da mina. O relatório diz que vigas de suporte do túnel eram feitas de madeira, não de metal, e que não havia sensores de monóxido de carbono suficientes.
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O desastre levou a uma onda de revolta popular na Turquia, alimentada pelas acusações de negligência por parte dos operadores da mina, para a resposta do governo, considerada fraca. Na última sexta-feira, a polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes que exigiam que o governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan renunciasse. Em Istambul, a polícia dispersou uma multidão que acendeu velas para homenagear as vítimas do desastre. Neste sábado, a polícia aumentou a segurança em Soma para evitar novos protestos.