O aluguel médio no País em janeiro de 2024 era 20% mais alto do que no mesmo período de 2021 / Rovena Rosa/Agência Brasil
Continua depois da publicidade
E os estados com maior contingente de ‘homeless’ são a Califórnia e Nova Iorque, justamente os dois mais ricos dentre os 50 que compões a federação norte-americana. E o destaque mais contundente dessa estatística é o aumento expressivo na quantidade de jovens sem-teto.
Quase 150 mil crianças e adolescentes de até 17 anos estavam em situação de rua nos Estados Unidos no ano passado. Isso é o equivalente a toda a população de cidades como Botucatu e Franco da Rocha. E esse contingente de meninos de rua cresceu 33% em apenas 12 meses.
Continua depois da publicidade
Os dados constam de um relatório do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD, na sigla em inglês) a que teve acesso a agência global de notícias Deutsche Welle no final de dezembro.
Em números absolutos, a Califórnia tinha 187 mil ‘homeless’ no final de 2024. Isso é o equivalente a todos os moradores de cidades como Ferraz de Vasconcelos e Bragança Paulista. A Califórnia abriga cidades como Los Angeles e San Francisco, com seus condomínios de alto luxo onde vivem as estrelas de Hollywood.
Continua depois da publicidade
O chamado Vale do Silício com suas empresas de alta tecnologia, muitas incluídas na lista das 500 mais ricas do Planeta, também fica na Califórnia. Esse é o caso da Meta, do bilionário Mark Zukerberg, dona do Facebook, do Messenger, do Instagram e do WhattsApp, entre outros.
O estado também abrigou durante duas décadas a Tesla, uma das maiores empresas do magnata Elon Musk, cuja fortuna é estimada em US$ 416 bilhões em patrimônio líquido.
Mas, a Califórnia é também o estado norte-americano onde a maior parte dos sem-teto (66%) vive de fato nas ruas, sem sequer ter o direito ao amparo em abrigos, ainda que temporário.
Já nas ruas de Nova Iorque, a capital econômica do mundo, 158 mil pessoas viviam nas ruas no final do ano. Esse contingente é similar a toda a população de Santana de Parnaíba ou Itapecerica da Serra.
Continua depois da publicidade
Segundo a Deutsch Welle, o relatório do HUD também indica que pessoas negras continuam a ter participação desproporcional entre os ‘homeless’.
Enquanto este grupo representa 12% da população dos Estados Unidos, ele constitui 32% das pessoas morando nas ruas.
Ouvida pela Deutsch Welle, a Coalizão Nacional de Habitação para Baixa Renda explicou que o aumento na quantidade de ‘homeless’ aconteceu por conta ao aumento generalizado nos custos de moradia nos Estados Unidos.
O aluguel médio no País em janeiro de 2024 era 20% mais alto do que no mesmo período de 2021.
Continua depois da publicidade
Além dos custos com moradia, o relatório do HUD destacou os “salários estagnados entre famílias de renda média e baixa, e os efeitos persistentes do racismo sistêmico” como outros fatores decisivos para a explosão no número de sem-teto em solo norte-americano