Cotidiano

Novo presidente da Sabesp admite que crise hídrica pode piorar

“Seria irresponsabilidade, no quadro em que estamos hoje, 9 de janeiro, olhar para a frente com otimismo. Temos que estar preparados para o pior”, destacou

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 09/01/2015 às 19:06

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Ao tomar posse, no início da tarde de hoje (9), o novo presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, disse que a crise hídrica que atinge o estado pode se agravar nos próximos meses. “Seria irresponsabilidade, no quadro em que estamos hoje, 9 de janeiro, olhar para a frente com otimismo. Temos que estar preparados para o pior”, destacou Kelman.

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Ele informou que já passou instruções para reduzir ainda mais a retirada de água do Sistema Cantareira, que opera com 6,7% da capacidade dos reservatórios, e reconheceu que a medida deverá afetar ainda mais os consumidores. “Inescapavelmente, teremos algum tipo de sofrimento da população”, disse ele, referindo-se aos transtornos causados pela redução da pressão e volume, principalmente para os moradores de locais mais altos.

Segundo Kelman, a medida é necessária devido à gravidade da crise. Até 2014 o pior cenário enfrentado pelo Sistema Cantareira tinha sido o de 1953, quando a vazão média de entrada de água no sistema chegou a 56% da média histórica, lembrou. “No ano passado, tivemos 25%. Foi menos da metade do pior que já tinha acontecido.”

Jerson Kelman disse que a crise hídrica que atinge o estado pode se agravar (Foto: Tânma Waqed/Fiesp)

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Por isso, de acordo com o presidente da Sabesp, não havia possibilidade de o Pode Público se preparar adequadamente para o problema. “Nenhum administrador público, de qualquer nível, seria considerado prudente se fizesse um sobreinvestimento tão grande para enfrentar algo que nunca tinha sido observado.”

Ontem (8), a Sabesp anunciou a cobrança de sobretaxa de 40% a 100% para os consumidores que superarem a média de gasto de água entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. Segundo os critérios publicados no Diário Oficial do Estado, se o consumo ultrapassar em até 20% a média do período, será considerado para efeito de cálculo um acréscimo de 40%. Acima de 20%, a quantidade calculada terá adicional equivalente ao dobro. A medida vale para 43 municípios, incluindo a cidade de São Paulo e vários municípios da região metropolitana.

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