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Mesmo após a redução das tarifas de transporte público em 12 capitais - e em metade das cidades da Região Metropolitana de São Paulo -, novas manifestações levaram nesta quinta-feira mais de 1 milhão de pessoas às ruas de 75 cidades do País. Em São Paulo, os protestos transcorreram de forma pacífica, com pequenos incidentes, após o fechamento de cinco rodovias no entorno da capital.
O mesmo não ocorreu no Rio (onde os confrontos deixaram 22 feridos) e em Porto Alegre (que teve registro de saques). Já em Salvador, houve confrontos seguidos com a Tropa de Choque. Mas a cena mais violenta a marcar a noite foi a tentativa de invasão do Palácio do Itamaraty, em Brasília. A polícia tentou conter os invasores com gás, mas o prédio teve janelas quebradas e focos externos de incêndio.
Após duas semanas de protestos, foi o ataque mais violento a um centro de poder. Anteriormente, o Congresso, a Assembleia Legislativa do Rio, o Palácio dos Bandeirantes e o Edifício Matarazzo (sede da Prefeitura de São Paulo) haviam sido alvo de protestos - além de governos das principais capitais. Nesta quinta-feira, com novas bandeiras para o movimento sendo discutidas no Twitter e no Facebook e em meio às reivindicações sociais e políticas diversas que eram ouvidas, um novo grito de guerra parecia destacar-se: "sem partidos".
Integrantes de partidos políticos foram proibidos de erguer bandeiras por todo o País e o PT viu fracassar a convocação de sua "onda vermelha". Houve confronto até entre manifestantes dos "sem partido" e os do "sem fascismo". Aliás, o caráter multifacetado do movimento já preocupa especialistas e analistas políticos, que falam em "mal-estar" da democracia no Brasil.
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Em relação ao primeiro grande sucesso do movimento, a redução de tarifas, suas consequências ainda são difíceis de avaliar. O prefeito Fernando Haddad (PT), por exemplo, passou o dia fazendo contas. No fim do dia, havia pelo menos três hipóteses para cobrir o déficit financeiro provocado pela revogação do aumento da tarifa. Na lista estava postergar o lançamento do bilhete mensal, uma de suas principais promessas de campanha, previsto para novembro e com custo de R$ 400 milhões ao ano.
Ainda nesta quinta, a Justiça de São Paulo mandou soltar os quatro estudantes do Mackenzie e outras dez pessoas presas em flagrante por supostos atos de vandalismo nos protestos de terça-feira, 18, na região da Avenida Paulista. Eles ainda vão responder por formação de quadrilha, resistência, crime de dano, desacato e incêndio. Já a Prefeitura pretende cobrar do estudante de Arquitetura Pierre Ramon Alves de Oliveira, de 20 anos, os danos que confessou ter causado à sede do Executivo municipal.
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