Cotidiano

Nova velocidade na Avenida Aricanduva provoca críticas de motoristas

As reações opostas se devem ao novo limite de velocidade da via, de 50 km/h, que passou a valer nesta segunda-feira

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 03/08/2015 às 19:01

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Todos os dias há 20 anos, o vigilante Cleber Barbosa, 54, atravessa, de bicicleta, toda a avenida Aricanduva, zona leste da cidade de São Paulo, para ir ao trabalho. Nesta segunda-feira (3), ele começou o dia comemorando.

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O vendedor Vitor de Carvalho, 50, por outro lado, saiu de casa nesta madrugada reclamando. Ele afirmou ter sido a primeira vez que viu trânsito lento às 5h da manhã na avenida que pega todos os dias de carro.

As reações opostas se devem ao novo limite de velocidade da via, de 50 km/h, que passou a valer nesta segunda-feira. A justificativa dada para a redução é a maior segurança no trânsito, segundo a prefeitura.

De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), 46 pessoas morreram e 1.286 ficaram feridas na avenida Aricanduva entre janeiro de 2011 e dezembro de 2014. No período, foram 828 acidentes e 132 atropelamentos.

Para o taxista Carlos Roberto Valeriano, 57, a redução não resolve o problema dos acidentes, porque, segundo ele, quem desrespeitava o limite anterior continuará andando acima da velocidade. "Alguns andam a 40 km/h, mas as motos andam a 200 km/h, o que adianta? Hoje estava a 50 km/h e vi gente a 80 km/h, não resolve", diz.

Centro

Além da Aricanduva, os motoristas paulistanos não poderão ultrapassar os 50 km/h na avenida Jacu-Pêssego, também na zona leste, e em três vias do centro: a avenida São João (no trecho de 900 metros que vai das avenidas Duque de Caxias à Angélica), a rua Amaral Gurgel, que passa sob o Minhocão, e a avenida General Olímpio da Silveira.

Nas vias do centro que tiveram redução de velocidade nesta segunda, duas pessoas morreram e 111 ficaram feridas nos 60 acidentes e 43 atropelamentos que aconteceram entre janeiro de 2013 e dezembro de 2014, segundo dados da prefeitura.

As reduções no centro não são significativas, dizem os motoristas que passam pelo local. Segundo o empresário Sergio Falconi, 52, que trabalha na avenida São João, o novo limite de velocidade na região "não faz diferença porque não tem como andar a mais que 50 km/h."

A consultora de negócios Sirlene Rodrigues, 39, concorda. "Depende da via. Onde tem muito pedestre, faz sentido, sou a favor. Mas nas marginais não dá para andar nessa velocidade."

Marginais

Desde 20 de junho, as marginais Pinheiros e Tietê tiveram as velocidades máximas reduzidas de 90 km/h para 70 km/h nas pistas expressas e 70 km/h para 50 km/h nas locais.

"Via um acidente por semana aqui", diz o frentista Francisco Gomes da Silva, 48, sobre a saída para a pista local da marginal Tietê no posto de gasolina onde trabalha. "Agora não há mais, nesse pedaço aqui pelo menos sossegou."

O mecânico Simão Gomes, que trabalha no mesmo lugar, discorda da redução. "Reduzir a velocidade não adianta. A prefeitura diz que é por conta de atropelamento, mas pedestre não atravessa aqui. Não vai aumentar a segurança."

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