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Apesar de ter crescido a procura por educação privada, especialmente por parte da nova classe média, não houve um aumento da inadimplência nas escolas e universidades particulares. "Neste ano esperávamos uma inadimplência maior, mas ela se reduziu", diz o vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), José Augusto de Mattos Lourenço.
A entidade que representa 10 mil colégios particulares no Estado de São Paulo registrou inadimplência de 7,6% das mensalidades a receber em outubro deste ano, ante 7,9% em setembro e 7,8% em outubro de 2012. Em agosto deste ano, o índice de calote estava em 8,15%.
Movimento semelhante foi registrado entre as faculdades particulares. Pesquisa feita pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) mostra que os atraso no pagamento das mensalidades superior a 90 dias em todo o País, que estava 8,46% em 2011, encerrou o ano passado em 8,43%. A entidade realiza pesquisa sobre a inadimplência apenas anualmente, por isso o último dado disponível é de 2012.
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De acordo com a direção do Semesp, essa relativa estabilidade do índice de calote dos alunos reflete não só o aperfeiçoamento da gestão de cobrança das instituições, mas, principalmente, o crescimento do uso do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do Ministério da Educação destinado a financiar estudantes de cursos de graduação.
Lourenço diz que, com a forte entrada da nova classe média em escolas particulares, a expectativa dos donos de colégios particulares era que a inadimplência aumentasse. "Mas não foi isso que se viu. Achamos até estranho: a inadimplência está abaixo da média histórica", diz o vice-presidente. Isso significa, segundo ele, que as pessoas estão com mais renda ou que a nova classe média está buscando alternativas, como um trabalho extra, para não atrasar o pagamento da escola dos filhos.
De acordo com a pesquisa da Vagas sobre pessoas que buscam trabalho temporário neste fim de ano para saldar dívidas, incluindo nesse rol despesas com educação, a maior parte das dívidas (39%) está entre R$ 1 mil e R$ 3 mil. Em seguida estão as pendências de até R$ 1 mil, com participação de 26%. Já as dívidas de maior valor, entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, e a acima de R$ 5 mil, têm fatias menores, de 17% e 14%, respectivamente.
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