‘Nosso objetivo é convencer o Estado de que é prioridade’

Apesar de Geraldo Alckmin ter declarado, no último dia 26, durante a inauguração do Poupatempo de Praia Grande, que a prioridade é o custeio de hospitais já existentes na região em vez da construção de um hospital regional em São Vicente, a comitiva suprapartidária de vereadores da Baixada Santista, que defende a necessidade do equipamento, está disposta a convencer o governador.

Na ocasião, questionado pelo DL sobre a construção do hospital, Alckmin respondeu: “é uma hipótese. O que nós entendemos como mais prioritário é o custeio do que já existe, tem inúmeros hospitais quase quebrados por falta de custeio, vai fazer mais um prédio?”.

Entretanto, para o presidente da Comissão Especial de Vereadores (CEV) de São Vicente, Júnior Bozzella, do PSDB, mesmo partido do governo estadual, a discussão não está encerrada. Afinal, o hospital seria erguido a partir de uma gestão tripartite envolvendo Governo Federal, Governo Estadual e Município.

“Nosso objetivo é convencer o Governo do Estado de que, para a nossa região, o hospital regional é sim prioridade”, afirmou. “O governador não descartou a construção do hospital, eu entendo que em seu posicionamento, ele analisa a saúde como um todo no Estado, sem conhecer detalhes sobre a questão. Cabe a nós da CEV, juntamente com a frente parlamentar levarmos os argumentos ao governador, apresentando uma pauta ao secretário Davi Uip, com o ônus de cada parte envolvida, Governo Federal, Município e Governo do Estado”, ponderou Júnior Bozzella.   

A primeira reunião entre a CEV, a frente parlamentar da União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvebs) e o secretário de Estado da Saúde, Davi Uip, estava marcada para ontem à tarde, mas foi transferida para o dia 8 de julho, às 9 horas, na Secretaria de Estado de Saúde, na Capital.

O presidente da CEV solicitou a transferência de data para que o prefeito de São Vicente Luis Cláudio Bili e o deputado estadual Bruno Covas (PSDB) possam participar da reunião.

Júnior Bozzella disse que na reunião da CEV, que contou ainda com a participação do diretor regional de Saúde da Baixada Santista (DIR-IV), Cezar Kabbach Prigenzi, no último dia 24, na Câmara de São Vicente, foi levantado que o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, financiará “50% da construção, 50% dos equipamentos e 50% dos custeio”. A participação da União foi informada pelo presidente da Comissão de Saúde da Uvebs e idealizador da Frente Parlamentar da Saúde da Baixada Santista e Vale do Ribeira, o vereador santista Evaldo Stanislau (PT), presente à reunião, e que tem trânsito junto ao ministro Arthur Chioro.

Segundo Júnior Bozzella, São Vicente entraria com a área para a construção do hospital e o restante dos investimentos caberia ao Governo do Estado.

A comitiva suprapartidária reúne vereadores principalmente do PSDB e do PT, os dois partidos dos executivos estadual e federal, respectivamente, o que poderá favorecer a articulação em prol da construção do hospital.

Área

Quanto à área, dois terrenos foram apontados durante a reunião da CEV, o que hoje abriga o Centro de Convenções, no Parque Bitaru e outro na Área Continental, próximo ao Humaitá, na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Júnior Bozzella disse que ainda é preciso chegar a um consenso sobre a área, num outro momento. A área deve ter até 20 mil metros quadrados e acesso fácil aos demais municípios da região.

Déficit de leitos SUS

Na reunião do dia 24, o secretário de Saúde de São Vicente, Antonio Rua, disse ao DL, que o hospital regional supriria parte do déficit de leitos SUS, na Baixada. Atualmente, o déficit é de aproximadamente 2 mil leitos SUS, sendo 750 só em São Vicente.