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Responsável pelo abastecimento de água de metade da Grande São Paulo, o sistema Cantareira voltou a registrar recorde negativo de capacidade nesta segunda-feira, 07. Pela primeira vez desde o início da operação do sistema, em 1974, o índice que mede o volume de água armazenado nos reservatórios está abaixo dos 13%. Segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), de domingo para segunda o nível das reservas caiu 0,1 ponto porcentual, atingindo a marca mínima histórica de 12,9%. Há um ano, o nível do Cantareira era de 62,6%.
Em abril, as chuvas acumuladas sobre a região do sistema - na divisa entre São Paulo e Minas Gerais - somam 29,1 milímetros (mm), o que corresponde a 32% do volume previsto para o mês. No entanto, mesmo que as chuvas voltem a ficar dentro da média nos próximos meses, o volume esperado para o período seco é insuficiente para a recuperação dos mananciais.
Para garantir o abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo, a Sabesp adotou uma série de medidas emergenciais, entre elas o programa de bônus que concede 30% de desconto nas tarifas dos usuários que reduzirem o consumo e o investimento de R$ 80 milhões para exploração de 400 milhões de metros cúbicos do fundo dos reservatórios (volume morto) do Cantareira. Com as medidas, a concessionária espera evitar o racionamento pelo menos até outubro, quando há a expectativa de um volume mais significativo de chuvas.
Na última quinta-feira, 03, o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) defendeu a adoção de medidas restritivas para o uso da água do sistema Cantareira. No entanto, segundo a própria reguladora federal, apenas a Sabesp tem poder legal para decidir por um eventual racionamento. Além de ser uma medida extremamente impopular durante o período eleitoral, o corte na distribuição de água impactaria significativamente o resultado da concessionária no ano, acreditam analistas.
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