Cotidiano
O primeiro-ministro de Israel se referiu ao encontro de novembro de 1941, na Alemanha, entre Adolf Hitler e o então grande mufti de Jerusalém Haj Amin al-Husseini
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Autoridades israelenses e palestinas condenaram o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que declarou que foi o mufti (alto dirigente muçulmano na Palestina) de Jerusalém que deu a ideia de exterminar os judeus da Europa, em 1941.
Em um discurso pronunciado na terça-feira no Congresso sionista em Jerusalém, Netanyahu se referiu ao encontro de novembro de 1941, na Alemanha, entre Adolf Hitler e o então grande mufti de Jerusalém Haj Amin al-Husseini.
"Hitler queria expulsar os judeus da Europa, mas Amin al-Husseini, o Grande Mufti de Jerusalém, disse que todos viriam para cá. Hitler então perguntou, o que devo fazer com eles? E al-Husseini respondeu: queime eles", explicou Netanyahu.
Saeb Erekat, secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina, disse que os comentários do primeiro-ministro israelense alimentou a atual onda de derramamento de sangue palestino-israelense no qual pelo menos nove israelenses e 50 palestinos foram mortos.
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"Netanyahu odeia os palestinos, tanto que ele está disposto a absolver Hitler do assassinato de 6 milhões de judeus", disse Erekat. "[Ele] deve parar de usar esta tragédia humana para marcar pontos para o seu fim político".
Antes viajar para Berlim nesta quarta-feira para uma reunião com a chanceler alemã, Angela Merkel, Netanyahu respondeu à tempestade de críticas sobre suas observações.
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"Eu não tive a intenção de absolver Hitler de responsabilidade pela sua destruição diabólica dos judeus europeus", disse ele. "Mas é também um absurdo ignorar o papel desempenhado" pelo grande mufti.
Isaac Herzog, chefe da oposição no parlamento e do partido União sionista, chamou os comentários de Netanyahu de "uma distorção histórica perigosa", dizendo que minimizou o Holocausto, Nazismo e "parte de Hitler no terrível desastre do nosso povo".
Os comentários de Netanyahu intensificaram preocupações manifestadas pelos líderes internacionais que a incitação por ambas as autoridades palestinas e israelitas está prolongando a onda de esfaqueamentos e tiroteios. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e Netanyahu devem se reunir em Berlim na quinta-feira para discutir formas de reduzir as tensões entre palestinos e israelenses.
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