Cotidiano

Nesse táxi só tem uma regra: os passageiros precisam ter quatro patas

Morador de Santos conta experiência de trabalhar com o transporte de animais

Jeferson Marques

Publicado em 18/10/2022 às 07:30

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Jonathan Fonseca trabalha como taxi dog / Arquivo Pessoal

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Nesse veículo os passageiros latem, miam e têm quatro patas. Mas se você pensa que transportá-los é um trabalho mais tranquilo, se engana, pois este público exige muito mais atenção e cuidados por parte do motorista. E quem conversou com a Reportagem do DL sobre a sua experiência como táxi dog foi o santista Jonathan Henrique Gomes Fonseca, de 29 anos, que está há três anos desempenhando a função em algumas cidades da Região.

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Fonseca é motorista profissional e trabalhava com transporte de passageiros por aplicativos. Porém, ao perceber que precisava trabalhar por longas horas todos os dias para conseguir pagar as despesas do mês, enxergou no transporte de animais uma oportunidade de faturar mais.

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"Percebi essa carência ao notar a quantidade de recusas de viagens que muitos motoristas de aplicativos fazem ao saber que teriam que levar um animal no carro. Eu nunca me importei com isso e ouvia muitas reclamações de pessoas que ficavam horas esperando alguém que aceitasse levar junto seu pet", conta.

Hoje, ele é dono do seu táxi dog, deixou de fazer corridas com passageiros "humanos" (só em casos especiais) e foca totalmente no serviço que presta aos animais e seus tutores. "Apesar do dono estar junto do animal em 98% das corridas, meu cliente é o pet dele. Meu carro sempre está limpo e higienizado entre uma viagem e outra, manutenção em dia, cinto de segurança, rede de proteção em forma de berço - para o conforto do animal - e tudo mais - ", explica.

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Por falar em comodidade para os amores de seus donos e donas, Fonseca conta que não basta apenas dirigir com responsabilidade. É preciso entender cada animal e, mediante isso, oferecer maior conforto à eles. "Uma música ambiente tranquila, vidros fechados para diminuir os ruídos externos e ar condicionado na medida garantem o menor estresse possível para os bichinhos. E trabalho focado em prestar um bom atendimento, para que meus clientes sempre solicitem meus serviços. E tem dado certo", comemora.

Maior procura

Fonseca diz que, ao contrário do que se pensa, a maioria das chamadas em seu táxi dog são para viagens até o veterinário, e não para banho e tosa. "Muita gente acha o contrário, mas hoje cerca de 80% das minhas corridas são para consultas com veterinários. Pelo fato de Santos ter muitos locais que dão banho e tosam muito próximos, isso facilita para que os tutores levem seus animais a pé mesmo. Já para casos médicos e urgências, não".

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Cães com guarda compartilhada também são transportados por Fonseca. "Tenho um cliente (cachorro) que, após a separação das donas, fica uma semana na casa de uma e outra semana na casa de outra. Quando me aproximo com o carro ele já me reconhece, abana o rabo e faz festa. Ele deve associar a minha imagem a algo bem alegre, que o deixa feliz. Isso é muito legal", diz.

Para finalizar, ele diz que para trabalhar com animais é preciso muito mais do que gostar deles. É necessário, segundo Fonseca, compreendê-los. "Cada um tem um jeito, um medo, um comportamento etc. Eu faço essa leitura e converso muito com o tutor, que deve estar junto. Penso de forma prática e estratégica, pois esse é o meu trabalho. E amo o que faço, pois estes bichinhos nos dão muito amor. Não importa se você é rico ou pobre: eles te darão amor".

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