Cotidiano
Dados colocaram o Rio dos Bugres em um ranking preocupante de contaminação global por microplásticos, logo atrás do rio Pasur, em Bangladesh, mas existem outros cinco
A Ilha Barnabé aparece na terceira posição entre os cursos d'água mais poluídos por microplásticos / Renan Lousada/DL
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Conforme noticiado pelo Diário do Litoral, com informações da Folhapress, no último sábado (15), um estudo recente revelou que o Rio dos Bugres, localizado entre as cidades de Santos e São Vicente, no litoral de São Paulo, é o segundo mais contaminado por microplásticos no mundo. Mas não é só isso: ao todo, a região tem seis cursos d'água entre os dez mais contaminados.
A pesquisa foi publicada na revista científica Marine Pollution Bulletin e conduzida por especialistas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e do Instituto Ecofaxina.
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O estudo colocou o rio dos Bugres na segunda posição, com níveis elevados de poluição por partículas plásticas minúsculas. Na sequência, aparecem a Ilha Barnabé (3º), o Rio São Jorge (4º), Rio Casqueiro (5º), o Canal do Estuário de Santos (8º) e a Foz do Canal de Piaçaguera (9º).
A concentração de microplásticos no rio dos Bugres é impressionante. Em um dos pontos de coleta, foi encontrada uma quantidade superior a 93 mil partículas de microplásticos por quilograma de sedimento retirado (composto por areia ou lama do fundo do rio).
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Já na Ilha Barnabé, localizada na região do Porto de Santos, foram 36.300 partículas de microplásticos detectadas. No Rio São Jorge, que banha o bairro que leva o mesmo nome, na Zona Noroeste, foram 17.450.
No Rio Casqueiro, em Cubatão, foram encontradas 16.950 partículas. Dez mil a mais do que o que foi detectado no Estuário de Santos, com 6.700.
E na Foz do Canal de Piaçaguera, localizada entre os municípios de Cubatão e Santos, 6.150 partículas de microplásticos foram detectadas.
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O número coloca o rio dos Bugres em um ranking preocupante de contaminação global, logo atrás do rio Pasur, em Bangladesh, que apresenta uma concentração ainda mais alta: 157 mil partículas por quilograma de sedimento.
Os microplásticos, partículas plásticas menores que 5 mm, são originados da degradação de plásticos maiores, como garrafas e embalagens, que se fragmentam com o tempo devido à ação do sol, das ondas e da interação com outras substâncias.
Elas já foram encontradas também nos peixes do litoral de São Paulo.
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O estudo sobre o rio dos Bugres evidencia como a poluição plástica pode ser difícil de controlar, especialmente em áreas urbanas e com grande densidade populacional.
A presença de microplásticos é uma consequência de décadas de descaso com a gestão ambiental e a poluição urbana.