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Gerson Faltermeier descobriu há cerca de um ano que é portador de Esclerose Lateral Ameotrófica, a Ela, doença rara e degenerativa que ficou em evidência nas últimas semanas devido ao ‘desafio do balde gelo’ disseminado nas redes sociais da internet. No entanto, há mais de dois anos ele espera sair da UTI do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, onde está internado desde 2010, para retornar a sua casa em Itanhaém. Com alta médica, o paciente necessita do amparo homecare (assistência domiciliar) para prosseguir sobrevivendo, já que a doença, por enquanto, não tem cura.
“Já peguei muitas infecções ao longo desses anos. Seria melhor ficar longe da UTI. Eles (os médicos) disseram que devido a minha doença não ter cura seria melhor ir para casa ficar junto à família”, conta Faltermeier, que passa os dias na companhia de um notebook, o qual utiliza para conversar com parentes e amigos. Respirando com ajuda de aparelhos, ele perdeu quase todos os movimentos do corpo, e digita as palavras no computador apenas com um dos dedos.
Para sair da UTI, o aposentado necessita de cuidados de enfermagem 24 horas por dia, a visita de um médico pelo menos uma vez na semana, equipamentos para respiração, além de cama, cadeiras de roda e banho. A assistência domiciliar foi solicitada à Prefeitura de Itanhaém, inclusive seus familiares entraram na justiça para garantir o acesso ao serviço, mas sem sucesso. “Já ganhei todos os julgamentos, mas eles sempre recorrem. Agora recorreram ao STF (Superior Tribunal Federal)”, revela.
Ainda sem perspectivas de quando terá uma solução para o seu caso, Faltermeier, que tem dois filhos e em breve será avô, espera um dia ter notícias da cura para a sua doença. “Perdi minha liberdade e privacidade. Sou dependente de ajuda para quase tudo”.
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Reunião
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que o Hospital Guilherme Álvaro tem prestado todos os cuidados ao paciente no leito de UTI, e que há processo em curso visando à contratação de homecare para ele, embora a assistência domiciliar seja uma prerrogativa dos municípios. A nota diz ainda que caberia à Prefeitura de Itanhaém providenciar tal serviço ou um leito de retaguarda para garantir a continuidade dos cuidados necessários.
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Já a Prefeitura de Itanhaém informou que estabelecerá uma parceria junto à Secretaria Estadual de Saúde para auxiliar com o custo do tratamento do paciente, e que na próxima terça-feira (16) irão se reunir membros da Secretaria Municipal de Saúde e da Diretoria Regional de Saúde para uma definição sobre o caso.
Na última quinta-feira (11), o vereador Antonio Carlos Joaquim Banha (PMDB) apresentou requerimento na Câmara de Santos, solicitando aos governos estadual e federal informações sobre a situação de Faltermeier. Segundo o parlamentar, o impasse tem causado um custo altíssimo aos cofres públicos, chegando a quase R$ 6 milhões o valor utilizado no período.
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