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Dois dias depois do Diário do Litoral ter publicado, com exclusividade, que o Museu Pelé, no bairro do Valongo, está operando no vermelho desde sua inauguração em 15 de junho deste ano, a Prefeitura publicou decreto barateando a entrada às terças-feiras. Agora, o ingresso custa R$ 9,00 e não mais R$ 18,00 (uma redução de 50%). Conforme a reportagem revelou, o equipamento precisa de R$ 200 mil por mês para funcionar e, no entanto, só arrecada R$ 129.150,00, perfazendo um deficit de R$ 70.850,00.
O decreto mantém isenção aos alunos da rede pública e crianças de até 10 anos e impõe novas regras à AmaBrasil – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que gerencia o equipamento. Demais estudantes (rede particular), idosos (a partir de 60 anos), professores da rede pública e pessoas com necessidades especiais pagam meia-entrada.
Independentemente da atitude da Administração, ontem o vereador Douglas Gonçalves (DEM) utilizou a reportagem do DL para, em caráter de urgência, solicitar explicações à Prefeitura de Santos de porque o Museu Pelé – uma das maiores apostas em termos de turismo na região – se encontra em situação insatisfatória.
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A maior preocupação do vereador é a de saber “quem paga a conta”. A AmaBrasil recebeu recursos públicos para conceber o equipamento. Ao levantar o termo de parceria entre a Prefeitura e a Oscip, o vereador descobriu que 30% do arrecadado com o equipamento é para manter a AmaBrasil, única detentora do acervo do Pelé. “Isso quer dizer que ela se auto remunera. Como pode uma Oscip sem fins lucrativos se auto remunerar?”, questiona.
Vale a pena ressaltar ainda que Pelé, pela cessão de seu acervo, tem direito a 15% da receita mensal auferida. Portanto, dos R$ 129.150,00 arrecadados com os ingressos por mês, R$ 19.372,50 vão para Pelé.
A Prefeitura confirmou ao DL que a AmaBrasil é quem paga a conta (arca com o deficit) e que o custo operacional do museu refere-se ao pagamento de funcionários, equipamentos e manutenção em geral. A Administração enfatiza que, com o museu, o Município ganha desenvolvimento econômico, cultural e turístico, sendo que a Prefeitura não tem prejuízo algum.
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Entre a inauguração e 15 de setembro, em média, 337 pessoas visitaram diariamente o Museu Pelé. O equipamento tem capacidade para receber 1.500 por dia. Portanto, o Museu só atingiu praticamente 1/3 de sua capacidade diária até agora. A média diária da bilheteria é R$ 3.354,54.
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