Cotidiano

Municípios adotam racionamento ou rodízio para enfrentar falta de água em SP

Um dos municípios mais atingidos pela falta de água, Itu enfrenta um racionamento oficial desde fevereiro

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 18/10/2014 às 13:50

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Cidades do interior de São Paulo estão adotando racionamento ou rodízio de água. A causa é o longo período de estiagem que atinge o estado desde o início do ano. Cada prefeitura estuda a melhor forma para enfrentar o problema.

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Um dos municípios mais atingidos pela falta de água, Itu enfrenta um racionamento oficial desde fevereiro. A estiagem na cidade já provocou diversos protestos de moradores e mais de mil reclamações da população ao Ministério Público.

Na quinta-feira (16), por exemplo, o município de Barretos passou a adotar o racionamento de água de forma oficial. Segundo a prefeitura, a medida foi tomada, após a constatação de que o Ribeirão Pitangueiras, responsável por 60% da água consumida na cidade, registrou grande queda no volume, com a profundidade baixando 60 centímetros e atingindo um 1,2 metro. Com isso, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) da cidade decidiu aplicar multa de R$ 264,6 nos moradores flagrados lavando calçados ou veículos. Em caso de reincidência, o valor será dobrado.

Na capital paulista, muitos moradores reclamam de falta de água em diversos bairros, mas a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) não admite o racionamento. Para diminuir o consumo, desde fevereiro a companhia concede descontos para consumidores do Sistema Cantareira que economizarem água.

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Em Guarulhos, o rodízio começou dia 14 de março. Conforme o Saae da cidade, o consumo é liberado um dia sim e outro não. Dados do Saae indicam que aproximadamente 13%  da água disponibilizada na cidade são de sistemas próprios, que utilizam captações superficiais e subterrâneas [poços profundos]. Do restante operado pela Sabesp, 62% saem do Sistema Cantareira [um dos mais prejudicados com a estiagem] e 25% do Sistema Alto Tietê. Para enfrentar a crise, o Saae também decidiu oferecer descontos para consumidores que reduzirem o consumo.

O longo período de estiagem atingiu o Sistema Cantareira e numerosos mananciais do estado (Foto: Sérgio Castro/Estadão Conteúdo)

O rodízio em Bauru é operado, desde quarta-feira (15), de maneira diferenciada. A cada 24 horas [das 6h as 6h], o abastecimento é alternado entre as regiões do centro/zona sul e da Vila Falcão/Bela Vista. Assim, uma área fica sem água para que outra ser abastecida. Segundo a prefeitura, a combinação de escassez de chuvas e altas temperaturas, que aumenta o consumo de água, provocou a redução do nível do Rio Batalha. A medição do manancial passou dos 2,25 metros, registrados na última sexta-feira (10), para 1,27 metro, na tarde de segunda-feira (13). De acordo com a prefeitura, a situação, que afeta 38% da população da cidade [o restante é abastecido com água de poços], seguirá por tempo indeterminado, até o retorno do período de chuvas.

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Em Mauá, a prefeitura criou o Projeto Revezamento de Abastecimento, que ocorre de segunda à sexta-feira e envolve toda a cidade. A cada quatro dias com água, o consumidor enfrenta um dia sem. O projeto foi adotado no dia 1º de outubro e passará a funcionar na próxima segunda-feira (20).

A prefeitura de Cruzeiro implantou rodízio programado desde a última terça-feira (14), com interrupção do serviço por 24 horas, em dias alternados. Na cidade, o rodízio também só será suspenso com a volta das chuvas.

Em Mirassol, o Rio São José dos Dourados, que abastece mais de 30% da cidade, está praticamente sem água. Enfrentando problemas técnicos também no poço Guarani, que dá suporte à captação no rio, a região central da cidade entrou em estado de atenção. Com isso, cerca de 40% da população enfrentará problemas com a falta de água até a semana que vem. Enquanto isso, a prefeitura deve oferecer caminhões-pipa para abastecer locais de emergência, entre eles escolas e postos de saúde.

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Em Americana, o rodízio, sem previsão de término, foi anunciado na terça-feira (14), quando se confirmou o baixo nível do Rio Piracicaba, que abastece a cidade.

Cidade próxima de Itu, Salto enfrenta reduções noturnas no abastecimento.  Principal fonte de água do município, o Ribeirão Pirahy está com 20% do nível de fornecimento. A capacidade do Ribeirão Buru e Ribeirão Ingá (Lagoa da Conceição), chega, respectivamente, a 30% e 50%. O período de contenção começou na segunda-feira (13) e ocorrerá todos os dias, entre 21h e 6h.

Em Araras, desde quinta-feira (16), o racionamento inclui todos os bairros. O fornecimento de água é interrompido entre 6h e 18h. Segundo a prefeitura, sem a redução do consumo, as atuais reservas de água bruta de Araras seriam suficientes apenas para 50 ou 60 dias.

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A cidade de Casa Branca também adotou racionamento, estabelecendo cronograma de abastecimento e corte de água até o fim de outubro. A ideia é que a população fique 12 horas seguidas com água e um dia inteiro sem água.

O município de São Sebastião da Grama decretou estado de alerta e decidiu aplicar multas de R$ 291,4 no consumidor que exceder  no consumo de água. A represa que abastece a cidade tem somente 20% de sua capacidade. A prefeitura estuda a implantação do rodízio.

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