Cotidiano

Mulheres contam suas lutas pela maternidade

Enquanto algumas optam por congelar óvulos para ter chance de engravidar com uma idade avançada, outras esgotaram as tentativas até se submeterem a métodos de fertilidade

Publicado em 28/09/2015 às 11:10

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O número de mulheres que buscam pelo congelamento de óvulos na Baixada Santista está cada dia mais crescente. A constatação é do ginecologista Condesmar Marcondes, médico santista e especialista em reprodução humana. Executivas, advogadas, médicas, entre outras funções, que estão optando engravidar após uma carreira profissional consolidada, são as principais clientes para esta especialidade.

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No entanto, a vida profissional não é o único motivo para recorrer a captação e congelamento dos óvulos. Para a advogada Aline Aguiar, o motivo vai mais além. Aos 35 anos, ela optou congelar os óvulos para ter filho em um próximo casamento. Aline é divorciada, mas não teve filhos na primeira união. “Além da idade, resolvi congelar pois minha mãe entrou na menopausa precoce aos 38 anos e, como existe esse fato na família, por via das dúvidas, resolvi me precaver e já guardar meu óvulos para evitar qualquer problema no futuro”.

A advogada pretende engravidar daqui uns dois, três anos. Para o congelamento, ela recebeu total apoio do namorado. “Pretendo casar novamente e ter filhos com meu atual companheiro daqui uns anos. Ele foi o que mais incentivou a captação e congelamento dos óvulos. Não temos problemas algum quanto a isso”. Aline passou pelo procedimento em março deste ano.

O congelamento de óvulos é um método, relativamente, novo em Reprodução Humana: aproximandamente 10 anos. No entanto, outros procedimentos também estão na lista de mais procurados em clínicas especializadas. Mães que apresentam problemas para engravidar, tentantes há mais de dois anos ou pais inférteis. Há um procedimento específico para cada tipo de problema que, com o avanço tecnológico na área, consegue realizar da maternidade e da paternidade.

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Este é o caso coordenadora financeira Francely Ribeiro Rodrigues, de 35 anos. Quem a vê feliz e grávida de seu primeiro filho não sabe a luta que ela enfrentou durante cinco anos para conseguir engravidar. Após os anos de tentativa, um problema no esposo justificou a infertilidade de casal. “Meu esposo foi diagnosticado com varicosele, que estava diminuindo a produção de esperma. Foi indicado uma cirurgia para ver se poderia ser revertido o caso dele, mas para nossa tristeza, depois de um ano, também não conseguimos engravidar”.

Após fertilização in vitro, coordenadora financeira está na 30ª semana de gestação (Foto: Arquivo Pessoal)

Foi quando o casal decidiu buscar ajuda em uma clínica de Reprodução Humana para uma fertilização in vitro. “Em agosto 2014, iniciamos o tratamento. Em 11 de setembro, fizemos nossa primeira tentativa. Infelizmente, perdemos. Mas, em março deste ano, fizemos outra tentativa e graças a Deus estamos grávidos de 30 semanas de um menino, que vai se chamar Benício”, comemora Francely.
Ele e o marido não tiveram problemas para discutir o assunto e decidir fazer o tratamento. “Sou casada há nove anos e, para mim, foi super fácil tratar esse assunto com meu marido porque o problema não era comigo e, sim, com ele. Para maioria dos homens é difícil, mas, graças a Deus, meu marido também tinha o sonho de ser pai e foi mais fácil”.

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Para Francely, o tratamento de fertilidade não minimiza o poder de Deus em dar a vida. “O médico tem o dom da ciência, mas o dom da vida é de Deus”, afirma. E ainda aconselha às tentantes: “Não percam a fé. Eu sempre tive fé que o milagre aconteceria sem precisar de tratamento, mas Deus falou forte ao meu coração. Ele tem várias maneiras de agir em nossas vidas. Busque o tratamento sim. Não vou dizer que é fácil, mas valerá muito a pena. Cada mexidinha dele em minha barriga e cada ultrasom onde vejo seu rostinho é maravilhoso e é a prova do quanto Deus nos ama”.

Camila e Emerson também recorreram a fertilização in vitro para trazer Stella ao mundo (Foto: Arquivo Pessoal)

A força do destino também falou mais alto na vida dos pastores Camila e Emerson Moreira. Após três anos de tentativas frustradas e tratamentos, o casal também optou pela fertilização in vitro. “Depois de mais de três anos tentando vários tipos de tratamentos, os resultados eram cada vez mais frustrantes, pois a quantidade a cada exame diminuía”.
Foi assim que a ginecologista de Camila indicou um clínica de Reprodução Humana. Após a decisão pela fertilização in vitro, o sonho ficou mais perto de ser realizado. Para os mais céticos, uma sucessão de coincidências. Para os crentes em Deus, um caminho de providências. Todo o processo de Camila e Emerson na clínica foi mais rápido do que o convencional e, na primeira tentativa de transferência de embrião, os pastores estavam grávidos.

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Mas até chegar ao exame positivo, o casal passou por sistuações delicadas. “Fizemos exames pré-nupciais e os meus deram normais e do meu esposo não. O profissional que o assistiu foi infeliz na sua posição. Me chamou no consultório e me perguntou “você tem certeza que quer casar com ele, porque ele nunca vai poder te dar um filho!”. Ficamos tristes e desanimados, porém o desejo e o propósito de gerar sempre foram mais fortes do que as circunstâncias contrárias. Meu esposo sempre foi muito aberto para todo tipo de conversa. Não foi constrangedor para ele o fato do tratamento, pelo contrário, sempre brincamos que a Stella é o melhor de nós dois, pois a a fertilização in vitro seleciona o melhor óvulo e melhor sêmen para fertilização”.

Camila e Emerson estão casados há seis anos. Moraram na Baixada Santista, mas, há seis meses, se mudaram para Goiânia. O fruto de toda está luta se chama Stella, de três anos. “Me perguntam “se não tivesse dado certo de primeira, você tentaria novamente?”. Na época, minha resposta era não, mas conheci uma pessoa que me inspirou muito, pois após mais de sete tentativas, ela realizou o sonho de ser mãe. 

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