Cotidiano

Mujica diz que Brasil financiará 80% da construção de novo porto no Uruguai

O projeto, avaliado em US$ 500 milhões, será construído em Rocha, no Uruguai, e o Brasil bancará a maior parte disso por meio do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 01/01/2014 às 12:29

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O presidente uruguaio, José Mujica, disse que o Brasil financiará 80% de um novo porto de águas profundas, o que ajudará a neutralizar os esforços da Argentina para controlar a navegação no Atlântico Sul. Ele afirmou em entrevista publicada no jornal Republica na terça-feira que as obras começarão em cerca de um ano.

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O projeto, avaliado em US$ 500 milhões, será construído em Rocha, no Uruguai, e o Brasil bancará a maior parte disso por meio do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul. "O Brasil nos deu e nos dará uma grande mão com esse trabalho", comentou Mujica. "O Uruguai não tem a capacidade para financiar isso por si só e depende, por enquanto, de ajuda externa."

O vice-presidente uruguaio, Danilo Astori, forneceu mais detalhes sobre o porto em entrevista à agência de notícias Associated Press. Segundo ele, o Uruguai precisa de outro porto de águas profundas porque os atuais já estão operando com cargas recordes.

José Mujica disse que o Brasil financiará 80% de um novo porto de águas profundas (Foto: Divulgação)

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Astori prevê que o projeto transformará a economia do país, libertando a indústria de navegação das políticas protecionistas da Argentina.

Em outubro, o ministro de Economia da Argentina começou a desviar as embarcações que paravam nos portos do Uruguai, a fim de promover os portos argentinos e pressionar o país vizinho a fazer concessões nas negociações sobre um novo acordo de navegação no Mercosul.

Os portos de Buenos Aires e Montevidéu disputam há séculos o domínio dos embarques na região, mas o último decreto elevou os custos em ambos os países. Principal empresa de contêineres em Montevidéu, a Katoen Natie, anunciou 500 demissões em dezembro, enquanto a Câmara de Comércio da Argentina pediu ao ministério a revogação da proibição, dizendo que a medida aumentava os custos e as dificuldades operacionais.

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