Cotidiano

'Muita gente queria se jogar', diz morador de prédio

A presença de diversos estrangeiros no edifício dificultou a comunicação com os bombeiros e parte dos moradores achou que não conseguiria ser resgatada

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 08/11/2013 às 17:28

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O incêndio de grandes proporções que atingiu uma academia e um prédio residencial no centro de São Paulo na madrugada e manhã desta sexta-feira, 8, fez com que 405 moradores deixassem suas casas e causou momentos de pânico entre as vítimas. A presença de diversos estrangeiros no edifício dificultou a comunicação com os bombeiros e parte dos moradores achou que não conseguiria ser resgatada.

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"Ao chegar lá embaixo, vimos que muita gente queria se jogar', disse Wilkinson Santana, de 23 anos, que mora há 17 anos no prédio mais afetado. A construção, na esquina das Avenidas Rio Branco e Ipiranga, deve ficar interditada por ao menos uma semana, de acordo com a Defesa Civil. O fogo teria começado no prédio ao lado, comercial, numa academia localizada no térreo. Santana disse que os vizinhos tocaram as campainhas dos apartamentos e gritaram "fogo" pelos corredores. Ele só teve tempo de acordar os pais, pegar o cachorro Jhony e descer. O resto ficou para trás. "Você vê tudo que construiu a vida toda pegar fogo. Tragédia: é a única palavra que defini o que aconteceu", lamentou.

O comerciante peruano Marco Antonio Ghuarancca, de 35 anos, também dormia quando as chamas começaram a se propagar. Ghuarancca e os três filhos foram acordados pela mulher, grávida de 8 meses, e só conseguiram descer as escadas até o térreo com a ajuda dos bombeiros. "As crianças estavam chorando. Tivemos muito medo", afirmou ele, há apenas seis meses no apartamento.

Rescaldo do incêndio que atingiu o prédio de uma academia na esquina da rua do Boticário com a avenida Ipiranga (Foto: Marcos Bizzoto/Futura Press)

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Segundo os bombeiros, 250 portas tiveram de ser arrombadas para o acesso das equipes. Sem entender o que se passava, alguns moradores pensaram se tratar de um assalto e permaneceram trancados nos apartamentos. O coordenador da Defesa Civil municipal, Jair Paca de Lima, afirmou que o edifício interditado só será liberado após o proprietário pedir os reparos na edificação.

A fiação elétrica e os elevadores foram danificados, assim como as lajes do 6º, 7º e 8º andares. Na edificação ao lado, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua Boticário, os maiores danos foram na academia Smart Fit, que estava vazia. A unidade foi inaugurada nesta semana e a empresa estima um prejuízo de R$ 4 milhões.

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