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A notícia de que duas enfermeiras em Dallas foram infectadas pelo ebola, apesar de terem usado equipamento de proteção, provocou temores de que o vírus pudesse ter sofrido mutações, como, por exemplo, ter se tornado transmissível pelo ar.
Sabe-se que o vírus sofre mudanças constantes em seu material genético, contudo, elas parecem não ter causado nenhuma alteração significativa até agora. Os cientistas estão confiantes de que o ebola ainda não adquiriu a capacidade de ser transmitido por via aérea e que isso dificilmente ocorrerá.
Ian Jones, professor de virologia da Universidade de Reading no Reino Unido, diz que o vírus do ebola é mais ou menos o mesmo desde que foi descoberto em 1976. Segundo ele, não se sabe de nenhum vírus humano cuja forma de transmissão tenha mudado. A febre amarela e o HIV, transmitidos por mosquitos e por fluidos corporais, respectivamente, mantiveram inalteradas as formas de contágio.
A forma de transmissão do ebola também não mudou. Continua sendo resultado de contato físico direto com fluidos corporais do doente, especialmente sangue, fezes e vômito. Apesar de baixo, existe o risco de contágio por meio de superfícies e objetos contaminados já que o vírus sobrevive em superfícies secas, como maçanetas, por várias horas.
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Alguns estudos isolaram o vírus da saliva de pacientes em estágio grave da doença, o que sugere que ela pode ser passada por tosse ou espirro. Segundo uma enquete publicada pela Escola de Saúde Pública de Harvard, 85% dos entrevistados disseram acreditar que o ebola poderia ser transmitido pela tosse ou espirros de uma pessoa doente.
No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a doença não causa tosse ou espirro e que isso não equivaleria à contaminação por via aérea. Em teoria, é possível que haja contaminação caso a saliva de um doente atinja a mucosa ou cortes abertos de uma pessoa saudável. Contudo, o vírus não resistiria a grandes distâncias, o que o faz diferente daqueles que são, de fato, transmissíveis pelo ar.
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A OMS informa que não existe nenhuma pesquisa que comprove a transmissão por espirro ou tosse. E também é enfática ao afirmar que não há possibilidade de contágio pelo ar. Em um comunicado no começo do mês, a agência disse que "os boatos de que o ebola poderia mudar para uma forma facilmente transmissível pelo ar são somente especulação, sem fundamento em evidências".