Movimento em prol do Torto reúne 100 manifestantes

“Estamos fazendo um movimento contra o apagão cultural de Santos” assim define o DJ Wagner Parra, ao explicar para uma motorista o protesto que era realizado na tarde de ontem, na porta do Bar Torto, na Avenida Siqueira Campos (Canal 4).

Iniciado às 16h00, o movimento que tinha como objetivo principal a reabertura do Torto, reuniu cerca de 100 pessoas. Com cartazes, apitos, bateria e nariz de palhaço, os frequentadores tomaram conta do Canal 4 e uma viatura da PM foi deslocada ao local.

O fechamento do Torto por conta da falta de regularização do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) ganhou repercussão nas redes sociais e um movimento (Sem-Torto) foi criado no Facebook.

“Acho que conseguimos mobilizar as pessoas. Muitos que estão aqui trabalham na noite conosco, são pessoas que lutam por seus empregos, muitos sobrevivem da noite” afirma Parra.

De acordo com o DJ, com o fechamento de algumas casas noturnas em Santos, a característica artística da cidade é alterada. “Santos sempre foi uma cidade alegre e isso está mudando, não é coisa desse governo, é dos anteriores. A cidade está se tornando um spa. Não se pode mais fazer barulho que tem pessoa reclamando e fechando as casas.”, pontua.

Fundador do Bar Torto, o músico Julinho Bitteconurt esteve presente ao manifesto e criticou a maneira que a Prefeitura vem tratando o assunto. “O prédio não tem o AVCB desde 2007. Por que não exigem o laudo do prédio? A gente quer agir dentro da lei, queremos que se exija o laudo do prédio também”, afirma.

Segundo o proprietário do Torto, o empresário Michel Pereira, o AVCB está sendo providenciado pelo prédio em que a casa noturna está localizada. “A síndica falou que tá providenciado, mas não temos mais tempo de esperar. Temos funcionários que estão sem emprego e não conseguem sem sustentar sem esse trabalho. É triste essa situação, são 30 anos de funcionamento e nunca passamos por isso”.

O Torto está situado no térreo de um prédio residencial localizado no número 800 da Avenida Siqueira Campos, no Boqueirão, e o condomínio não tem interesse de pedir a documentação necessária. E os bombeiros não fornecem AVCB parcial, mas somente para toda edificação.