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Lidiane Diniz
A movimentação de cargas pelo Porto de Santos apresentou redução de 3,9% em outubro, acumulando queda de 3,3% ao longo do ano. O resultado negativo foi pressionado, principalmente, pela baixa de 4,9% nas exportações até outubro.
As operações foram fortemente impactadas pelas diminuições nas exportações de granéis sólidos de origem vegetal. O açúcar, produto que lidera o ranking das cargas de maior movimentação, sofreu diminuição de 13,6%. A soja em grãos, em segundo no ranking, caiu 3,9%. O milho a granel, terceira maior carga movimentada, teve redução de 26,3%. Somente estes três produtos representam 51,31% do total exportado pelo Porto de Santos e 33,49% do total geral do complexo.
Esse cenário, de acordo com o coordenador do curso de Comércio Exterior, Gestão Portuária e Logística da Universidade Monte Serrat (Unimonte), Rodrigo Cardoso Silva, já era previsto e reflete o baixo dinamismo da demanda externa, especialmente de países da União Europeia, Estados Unidos e China. “Essa situação vem sendo prevista desde 2007, quando a economia mundial começou a sofrer forte desaceleração”.
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Para Silva, a projeção é que 2015 registre maior queda. “Estamos em uma situação semelhante a que foi registrada em 2008, quando houve recessão econômica em nível mundial”. Como saídas, o professor aposta na atuação de pequenas e médias empresas, a redução do uso do carbono e da água na produção industrial — insumos que agregam valores aos preços praticados no mercado —, além da melhoria significativa do sistema do setor energético.
Outro fator que pode mudar o rumo da balança comercial brasileira é prática do único acordo concluído com sucesso pela Organização Mundial do Comércio (OMC) no Pacote de Bali, Indonésia: a desburocratização dos procedimentos de despachos aduaneiros.
“A cooperação internacional e qualidade é que definirão a competitividade comercial”, afirma ele, lembrando que essa é uma das bandeiras da OMC, órgão presidido pelo brasileiro Roberto Azevedo.
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Destaques positivos
Os destaques positivos para as cargas de exportação ficaram com o café, alcançando no total acumulado alta de 38,5% e o farelo de soja com 43,7% de aumento.
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Nas importações, o adubo, principal carga nesse fluxo, registrou aumento de 0,6% no total acumulado, amplamente influenciado pela elevada alta de 24,7% em outubro. Também o trigo, terceira maior carga no ranking das importações, teve elevado seu movimento em 4,7% no ano.
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