Cotidiano
Reunião alinhou interesses de Praia Grande com iminente expansão da área do chamado Porto Organizado, que saltará de 7,8 milhões de metros quadrados para mais de 20 milhões de metros quadrados
O anúncio foi feito ontem à tarde pelo prefeito Alberto Mourão durante reunião com o presidente da APS, Anderson Pomini / Renan Lousada/DL
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O prefeito Alberto Mourão (MDB) anunciou ontem que, pela primeira vez na história, Praia Grande terá uma representante no Conselho da Autoridade Portuária (CAP). Mais: Mourão afirmou que “em 48 horas” indicará o nome do representante do Município no grupo, que discute temas relacionados ao Porto de Santos como investimentos e novas atividades portuárias e retroportuárias.
O anúncio aconteceu durante reunião com o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, que foi à Cidade para uma agenda extensa no gabinete do prefeito. Com isso, Santos, Guarujá, Cubatão, São Vicente e Praia Grande passam a ter representantes nas discussões do Porto. O CAP também conta com lideranças técnicas e dos empresários ligados ao setor.
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A indicação de um representante da Administração Municipal para o CAP fortalece a inclusão dos pleitos de Praia Grande na chamada ‘ordem do dia’ do maior porto do Hemisfério Sul. E essa lista de prioridades inclui o desejo de criação de um terminal para atracação de navios de cruzeiro na costa, entre a Praia de Itaquitanduva e o Forte General Rêgo Barros.
A ideia é capacitar Praia Grande para atender à crescente demanda pelos cruzeiros marítimos.
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Dados oficiais da Autoridade Portuária apontam que na atual temporada perto de 1,1 milhão de passageiros embarcaram ou desembarcaram pelo Terminal da Concais, em Santos. E a expectativa é que já nas próximas temporadas esse contingente chegue a 1,3 milhão.
Após a reunião, Mourão demonstrou otimismo em relação ao futuro do empreendimento, que é patrocinado por um grupo empresarial e conta com o apoio da Prefeitura.
“Estamos no caminho certo. Em breve, a estrutura (em Santos) vai ser insuficiente e o presidente (da APS) entende que o terminal de passageiros em Praia Grande vai ser complementar ao de Santos. Portanto, ele não vê obstáculos”, resumiu Mourão.
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Recém-empossado presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista (CBH-BS), Mourão também formalizou ao presidente da APS o pedido de apoio para o completo desassoreamento do entorno da Ilha de São Vicente. Esse pleito foi antecipado, com exclusividade, pelo Diário do Litoral em 22 de março.
A dragagem no entorno da Ilha de São Vicente não é feita desde 1953 e incluiria trechos do Mar Pequeno, que separa Praia Grande da Área Insular de São Vicente. Também seriam incluídos no pacote outros cursos d’água como os rios Casqueiro, dos Bugres, Piaçabuçu, Mariana e Branco.
“Tecnicamente, é viável”, salientou o prefeito de Praia Grande. Só no Rio Mariana, seriam aproximadamente 11 quilômetros navegáveis, extensão semelhante à do Piaçabuçu, que no passado já serviu para o transporte de mercadorias agrícolas desde Praia Grande até São Vicente e Santos.
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Pomini demonstrou disposição para trabalhar em conjunto com o CBH-BS no desassoreamento desses cursos d´água. Porém, o presidente da APS explicou que, antes, o Ministério de Portos e Aeroportos deverá concluir o processo de consulta pública ao projeto de expansão do chamado Porto Organizado.
Esse projeto amplia as áreas portuárias e retroportuárias dos atuais 7,8 milhões de metros quadrados para mais de 20 milhões de metros quadrados. A expectativa de Pomini é que o decreto ampliando a chamada Poligonal do Porto será assinado pelo ministro Silvio Costa Filho até a segunda quinzena de maio.
E o presidente da APS assumiu o compromisso de iniciar estudos de viabilidade técnica e jurídica para uma eventual dragagem do estorno da Ilha de São Vicente após a formalização da nova Poligonal.
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Esses estudos de viabilidade incluem, por exemplo, a indicação de que tipo de carga poderia ser transportada por uma futura hidrovia formada por esses cursos d’água, além da modelagem técnica do desassoreamento.
A princípio, o caminho mais promissor para essa hidrovia incluiria o Mar Pequeno e os rios Mariana, Branco e Piaçabuçu. E a parceria é possível porque São Vicente será incluída na nova Poligonal e, portanto, poderá abrigar até terminais retroportuários alfandegados.
Mas, além da possibilidade de atração de novos negócios e geração de empregos, a dragagem do entorno da Ilha de São Vicente poderá solucionar o problema crônico das enchentes que prejudicam milhares de moradores da Região Metropolitana.
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Com maior profundidade na calha do Estuário, a tendência é que as águas ‘corram’ com mais velocidade após as tempestades, evitando que fiquem acumuladas nas áreas mais baixas de bairros como Cidade Náutica e Jóquei Clube, em São Vicente; Rádio Clube e São Manoel, em Santos; Vila Ponte Nova e Caraguatá, em Cubatão; Nova Mirim, Quietude, Mirante, Tupiry e Caieiras, em Praia Grande.