Cotidiano

Moradores protestam contra morte de dançarino no Rio

Segundo a ativista Deise Carvalho, que convocou o ato, a intenção é mostrar à mãe de DG, que a comunidade está ao seu lado pedindo Justiça

Publicado em 27/04/2014 às 15:53

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Moradores do morro Pavão-Pavãozinho estão reunidos na Avenida Atlântica, em Copacabana, neste domingo, 27, onde farão uma manifestação em memória ao dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, morto na última terça-feira, 22, na comunidade, na zona sul do Rio. Quinze carros da Polícia Militar reforçam a segurança nas imediações da entrada da favela. Em frente a Praia de Copacabana, onde os manifestantes estão concentrados, um ônibus lotado de policiais acompanha o movimento.

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Segundo a ativista Deise Carvalho, que convocou o ato, a intenção é mostrar à mãe de DG, Maria de Fátima da Silva, que a comunidade está ao seu lado pedindo Justiça. "A nossa intenção era caminhar até o prédio da mãe dele, na Rua Barata Ribeiro, para mostrar que a comunidade vai estar com ela nessa luta, sempre", contou Deise, moradora do Pavão-Pavãozinho e militante da Rede Contra a Violência e do Núcleo de Vítimas da Violência.

De acordo com a militante, DG vinha sofrendo ameaças desde 2011 depois que teve uma moto furtada e posteriormente reconhecida em poder de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). "Um mês atrás ele me procurou porque disse que estava sendo ameaçado por policiais. Ele queria procurar o Ministério Público para fazer a denúncia, mas eu achei que por ele ser conhecido não teriam coragem de fazer isso com ele. Infelizmente, me sinto culpada, porque se eu tivesse ido ao Ministério Público, saberia o nome do policial que fez isso com ele".

Deise afirma ainda que não apareceram testemunhas sobre o assassinato porque os moradores da comunidade estão amedrontados. "O morador vai ficar com medo (de testemunhar) porque pode ser o próximo DG". Os manifestantes, a maioria vestindo roupas brancas, também prestam homenagem a Edilson da Silva dos Santos, conhecido como Mateusinho. Deficiente mental, ele foi morto com um tiro na cabeça durante manifestação contra a morte de DG.

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De acordo com a militante, DG vinha sofrendo ameaças desde 2011 depois que teve uma moto furtada e posteriormente reconhecida em poder de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) (Foto: Arquivo Pessoal)

Perícia

O delegado Gilberto Ribeiro, titular da 13ª Delegacia de Polícia (Ipanema), fará a perícia de uma cápsula deflagrada e uma ponta de munição encontradas no local onde o corpo de DG, em uma creche no alto do Pavão-Pavãozinho. O delegado também confirmou que cinco dos nove policiais militares que prestaram depoimento sobre o caso disseram que participaram da troca de tiros na noite de segunda-feira, 21. Além dos agentes, outras testemunhas estão sendo ouvidas.

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