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Passada mais de uma década da extinção do Trem Intra Metropolitano (TIM), principal meio de transporte dos moradores do bairro Samaritá, na Área Continental de São Vicente, o cenário continua o mesmo: atraso, excesso de passageiros e falta de condução no período noturno. A diferença é que as composições deram lugar aos ônibus e lotações.
A auxiliar de seguros Michele de Moura Bezerra mora no Samaritá. A Reportagem a encontrou em um ponto do Jardim Rio Branco, bairro vizinho ao Samaritá. Todos os dias ela caminha cerca de 20 minutos para pegar uma condução que a leve ao trabalho no Centro de Santos. “No Samaritá só passa uma linha que vai pela praia e não serve para mim. Já mandei um email para a EMTU e eles informaram que não há condições de disponibilizar mais linhas”, relata.
Michele sai do serviço no final da tarde e segue para a faculdade no Centro de São Vicente, de onde sai por volta das 22h30. Chegar em casa não é uma tarefa fácil. “Não tem transporte à noite. Depois de um determinado horário para tudo. Quem mora no Samaritá é obrigado a depender de ‘carona’ das lotações que vão para o Parque das Bandeiras. Eles dão a volta e só depois nos deixam lá. Já teve dia que só fui chegar em casa depois da 1 hora”, desabafa.
A estudante conta que também entrou em contato com a Secretaria de Transportes de São Vicente, mas sem sucesso. “Eles inauguram os condomínios e não dão estrutura para o pessoal”, disse Michele. Nos últimos oito anos, o Samaritá recebeu mais de mil unidades habitacionais.
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Do ponto do Jardim Rio Branco, a Reportagem seguiu para um ponto de grande concentração de passageiros no Samaritá. Cerca de dez pessoas esperavam um coletivo. A reclamação de Michele foi reforçada por eles. “Se eu perder o último ônibus, que passa na avenida da praia às 23 horas, sou obrigada a pegar outra condução para ir até o ponto final das lotações na Divisa e tentar a sorte’”, conta a estudante Maria José da Silva.
Para Leomilde dos Santos, a culpa da falta de transporte é o aumento do número de moradores. “Colocaram muita gente aqui no Samaritá, mas não colocaram mais linhas de ônibus e nem de lotações. Às vezes, a gente fica mais de uma hora parado aqui. Passa tudo lotado”, explica. A conversa com os moradores durou cerca de 20 minutos, nesse período apenas uma lotação parou no ponto. O carro já estava cheio.
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O bairro Samaritá conta com três linhas de ônibus, a 943 BI que faz Vila Ema-Ponta da Praia, a 937 que segue para Praia Grande, e a 950 que tem como destino o Centro de Cubatão.
Em estudo
A Cooperlotação, responsável pelo transporte coletivo municipal, afirmou que a linha do Samaritá é suficiente para atender a população do bairro durante o dia, mas reconhece que há falhas a serem sanadas no itinerário noturno.
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“Nossos planos, de acordo com o projeto de padronização da frota, é aumentar o tamanho dos veículos. Se aceito pela Administração Municipal, trocaremos nossos carros por micro-ônibus maiores e, com isso, poderemos atender os passageiros com mais conforto”, disse Ronaldo Davino, diretor da Cooperlotação.
Sobre a deficiência no itinerário da noite, ele afirmou que a Cooperlotação em conjunto com a Associação do Parque das Bandeiras — responsável pela linha do Samaritá, estudará meios de melhorar o atendimento.
Enquanto isso, a ordem é que após à meia-noite, todos os veículos que fazem a linha do Parque das Bandeiras, passem no Samaritá ao sair da Divisa.
Já a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), responsável pelo transporte coletivo intermunicipal, informou que as linhas que passam pelo bairro têm sido fiscalizadas periodicamente quanto aos horários estabelecidos.
A EMTU ressaltou ainda que a linha 943 BI1 passou por reprogramação aumentando o número de viagens e frota em operação. Ainda assim, a empresa está executando estudos de adequação da oferta à demanda de passageiros.
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