Continua depois da publicidade
Os moradores da Rua Constituição, no Itararé, em São Vicente, estão ansiosos pela próxima segunda-feira, dia 8. Isso porque eles devem se reunir com engenheiros da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), do Ministério Público e técnicos da Prefeitura para tentar resolver os problemas que as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) estão causando.
Desde agosto do ano passado, os moradores sofrem com as enchentes. Segundo eles, os problemas são decorrentes das obras do VLT, que retiraram a drenagem natural e elevaram o nível da rua. “Nós fizemos inúmeras reclamações, tentamos o diálogo, mas não tivemos resposta. Só tivemos resposta quando denunciamos o caso ao Ministério Público e a doutora Almachia comprou nossa briga”, explica o turismólogo Renato Marchesini, um dos moradores da via.
Em setembro do ano passado, Marchesini e outros moradores da Rua da Constituição solicitaram a imediata intervenção do Ministério Público nas obras da EMTU e Consórcio Expresso VLT. “Moramos em uma rua que já possuiu histórico de enchentes. Mas durante anos, a via foi objeto de mudanças e adaptações que sanaram os problemas de grandes inundações, isso durante os últimos 12 anos. Quando iniciaram as obras do VLT, os moradores, vislumbrando a diminuição das áreas de drenagem naturais já anteriormente criadas, alertaram os responsáveis pela obra deste fato, e que fossem criteriosos na execução da drenagem da rua. Para nosso espanto, ao longo da obra começamos a observar que, em vez de melhorar, estavam piorando a drenagem”, explica Marchesini.
Continua depois da publicidade
Segundo o turismólogo, as primeiras cheias ocorreram em agosto do ano passado. Desde então, os moradores da Rua Constituição tentam a atenção da EMTU para solucionar o problema. “No dia 19 de setembro de 2014, alguns engenheiros vieram na rua conversar com os moradores, afirmando que não teríamos problemas, pois era um sistema de drenagem todo projetado e que não deveríamos nos preocupar”, conta.
Depois desta data, outras reuniões foram marcadas, mas não evitaram que chuvas de dezembro e janeiro causassem estrago nas moradias. “Tivemos um ano de estiagem e sem chuvas. Foi aí que em 22 de dezembro de 2014 aconteceu o que os moradores temiam. Primeira chuva de verão e maré alta, exatamente o que estávamos alertando e eles não deram valor”.
O número de prejuízos, Marchesini contabiliza em documento encaminhado ao MP: “ruas, casas, carros alagados e moradores ilhados; moradores que perderam bens materiais; lama e esgoto dentro das casas; crianças, idosos, adultos e turistas constrangidos em meio ao alagamento e risco de doenças”. Os mesmos problemas se repetiram um mês depois.
Continua depois da publicidade
Atendendo ao pedido dos moradores, a promotora de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente da Baixada Santista (Gaema-BS), Almachia Zwarg Acerbi, determinou esclarecimentos por parte dos responsáveis pela obra sobre a drenagem local. “Caso não apresentem solução para o problema, o corpo técnico do Ministério Público irá analisar o local e será cobrada judicialmente a medida adequada para solucionar a questão”.
Questionada pela Reportagem do Diário do Litoral, a EMTU confirmou a presença na reunião da próxima segunda-feira, às 10 horas, na Rua da Constituição. “Técnicos da EMTU/SP estarão presentes na vistoria em campo, que será feita juntamente com os técnicos do MP”, garante a empresa através de nota encaminhada pela assessoria.
Continua depois da publicidade