Cotidiano

Moradores de SV apelam para Deus na Vila Ema

População reclama da falta de pavimentação e buracos em vias do bairro. Cascalhos colocados pelos próprios munícipes amortecem o fluxo dos veículos e facilitam a passagem dos pedestres

Publicado em 30/07/2015 às 10:30

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O asfalto tão desejado pelos moradores chegou a apenas uma parte da Rua Erenita Santos do Nascimento (antiga Rua Seis), na Vila Ema, em São Vicente. O trecho restante, cerca de uma quadra, ficou para trás. Cascalhos colocados pelos próprios munícipes amortecem o fluxo dos veículos e facilitam a passagem dos pedestres. Cansada de reivindicar melhorias — e sem resposta — a população diz que vai recorrer a Deus para ter os pedidos atendidos.

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“Já reivindiquei para tantas pessoas que nem reivindico mais. Tá tudo largado. Vem um da Prefeitura e diz que vai fazer. Vem outro e diz que vai fazer também. Mas a verdade é que ninguém faz nada. Vamos reivindicar para Deus agora. Fui eu que coloquei aterro na rua, porque não passava nem trator. A verdade é que estamos abandonados”, disse seu Cícero, proprietário de um bar.

No bar de seu Cícero, a geladeira precisa ficar erguida, pois em dias de chuva o local alaga devido à falta de limpeza das galerias. “Não limpam as galerias. Não tiram mato. Não limpam nada. A gente só serve para pagar impostos”, disse o proprietário do estabelecimento.

O vigilante Antonio Barbosa mora em um conjunto habitacional que fica no início da Rua Seis há 11 anos — o trecho sem asfalto. Ele contou à Reportagem que questionou a empresa responsável pela pavimentação quando a mesma atuava na via, e a resposta que obteve foi que não seria possível. “Disseram que não poderiam fazer. Saíram daqui e foram colocar asfalto no Quarentenário. Reclamei na Prefeitura e não fizeram nada. Como podem pavimentar quase a rua toda e deixar o resto?”, questionou. O morador abriu protocolo da reclamação na Administração Municipal no ano passado e, segundo ele, nunca obteve resposta. “A rua consta na Prefeitura que é asfaltada. Quando chove isso aqui vira um rio de lama. É uma falta de respeito com os moradores”.

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Crianças brincam em meio aos cascalhos de trecho não pavimentado (Foto: Luiz Torres/DL)

Contratado para realizar serviços de pintura no conjunto habitacional, o autônomo Jailton Guedes contou que teve as rodas de dois carros danificadas em buracos das vias da Vila Ema e do trecho da rua sem asfalto. “Bati as rodas dos carros nos buracos. Estorou tudo. Tirei foto e pretendo acionar a Prefeitura. Preciso dos carros para trabalhar e estou com problemas. Tive prejuízo”, disse ao mostrar o pneu danificado à Reportagem. “Estou com o estepe”.

Em forma de protesto, os moradores circularam alguns buracos da via com tinta e escreveram a palavra IPVA — em referência ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, imposto estadual que arrecada dinheiro sobre os automóveis. “O meu carro é 1999, mas imagina o IPVA de um carro zero? Paga caro para andar em ruas como essas”, disse Antonio.

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A moradora Elisângela Maria Monteiro destacou a falta de espaços de lazer no bairro. “O prefeito não toma providência. Ele pediu voto na Área Continental dizendo que melhoraria aqui, mas não fez nada. Está tudo abandonado. Não tem nem playground para as crianças que ainda são obrigadas a correr e ficar na rua nessas condições que vocês estão vendo”, desabafou.

Não é do bairro

Procurada, a Prefeitura de São Vicente informou, por meio da Subprefeitura, que o trecho não foi pavimentando, pois o contrato firmado com a empresa responsável pelo serviço contemplava apenas o bairro Vila Ema e o trecho citado pertence ao bairro Vila Mathias, cujo projeto já está em andamento para posterior licitação. A Administração Municipal não informou a previsão de início das obras ou data para o pregão.

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Com relação à limpeza no bairro, a Subprefeitura informou que está realizando serviço de roçagem no bairro e que a operação tapa buraco está sendo feita em toda a Área Continental e, em breve, chegará à Vila Ema.

Sobre a limpeza das galerias pluviais, a Prefeitura informou que a demanda é grande, mas o serviço será incluído na grade de programação.

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