Moradores de conjunto denunciam: prédio do Santos 0 está afundando

Uma série de problemas que vão desde infiltrações e acúmulo de mofo a até mesmo afundamento de um prédio são denunciados por moradores de um conjunto habitacional de Santos que não completou nem dois anos de sua inauguração. As adversidades são tantas, que algumas pessoas contempladas com apartamentos deixaram o local.

Em uma das primeiras denúncias recebidas pelo Diário do Litoral ainda durante novembro, um dos moradores afirmou que um bloco do Conjunto Habitacional Santos O está afundando. Algumas das pessoas que entraram em contato com a Reportagem disseram que, devido ao problema, haveria até mesmo chances de que eles precisem desocupar suas residências para que a estrutura seja submetida a uma possível manutenção ou até mesmo demolição.

A obra do local foi iniciada no ano de 2014 por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Em contrapartida, a construção foi contratada pelo 'Minha Casa Minha Vida' em dezembro de 2018 e teve início em janeiro de 2019. As residências são direcionadas para famílias que moram nas palafitas do Jardim São Manoel, em Santos, e a entrega parcial ocorreu durante o primeiro semestre de 2019.

Segundo a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), quase 65% das famílias contempladas com novas moradias já haviam feito as mudanças para seus novos apartamentos no Conjunto Habitacional Santos O em setembro. Apesar do pouco tempo de uso, contudo, os apartamentos já têm problemas estruturais graves.

Além do afundamento parcial do bloco F que foi reportado durante o mês passado ao Diário, outros moradores também afirmam que as infiltrações já são constantes e o acúmulo de mofo tem deixado o local impossível de viver.

"Assim que a gente entrou já estava com alguns problemas. As paredes estavam descascando. Minha filha ganhou bebê e ela tem cinco meses de vida, mas teve que sair de lá porque a menina estava sempre com o peito chiando e saiu por causa da infiltração. Não tem jeito, a gente já mandou um monte de coisa, já mandaram uns papéis para a gente preencher, preenchemos duas, três vezes, eles afirmam que vão ver, mas até agora nada. Isso, fora as rachaduras nos prédios lá na parte mais abaixo, tá tudo rachando", afirma Claudia Brandão, que mora há 18 meses no local.

Além disso, alguns apartamentos também sofreram com pisos que racharam e estouraram, deixando os moradores com salas, banheiros e outros cômodos com um chão que é apenas o concreto.

Em nota, a Cohab-Santista informa que já comunicou o suposto problema do recalque no Conjunto Habitacional Santos "O" para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CHDU), que responde pela fiscalização pós-obra.

Já a CDHU diz que técnicos da companhia estiveram no dia 24 de novembro no Conjunto Habitacional Santos O e não constataram nenhuma anomalia no empreendimento quanto a afundamentos de blocos. A companhia afirma ainda que não fez e nem autorizou vistoria anterior a esta que foi realizada. O DL também questionou a empresa sobre os outros problemas internos dos apartamentos, mas não recebeu resposta.