Cotidiano

Moradora do litoral de SP inspira mulheres no outubro rosa; conheça a história

Hoje aos 44 anos de idade e com sua filha, Maria Fernanda de 9 anos, a corretora olha para trás e só tem a agradecer pela oportunidade da vida

Igor de Paiva

Publicado em 05/10/2024 às 16:45

Atualizado em 15/10/2024 às 11:11

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Ela conta que quando trabalhava na concessionária não tinha tempo para nada / Divulgação

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Mulher de sorriso largo, criativa, competente em tudo o que faz e sempre em busca de sua melhor versão através de estudos e autoconhecimento. Tudo isso pode resumir bem quem é Wanessa Alves, uma corretora com mais de 20 anos de carreira, nascida em Santos, mas há algo maior. Wanessa é tudo isso sim e muito mais. Wanessa é força, coragem, determinação, cura e fé.

Hoje aos 44 anos de idade e com sua filha, Maria Fernanda de 9 anos, a corretora olha para trás e só tem a agradecer pela oportunidade da vida, de poder ver a filha crescer e encorajar outras mulheres que passam pelo o que ela enfrentou.

Em 2016, com seus 36 anos, Wanessa descobriu o câncer de mama através de exames de rotina. Na época, a corretora estava fazendo transição de carreira, saindo de uma concessionária e ingressando em uma multinacional.

Ela lembra como foi:
“Nesse período de transição de carreira, meu médico tinha passado por alguns exames porque a minha filha já tinha 1 ano e precisava fazer um check up de rotina. Além disso, sentia meu seio direito um pouco inchado e achava que era por conta da amamentação, por isso até demorei a realizar todos os exames. Pensei que fosse uma glândula que estivesse inflamada”, relembra Wanessa.

Ela conta que quando trabalhava na concessionária não tinha tempo para nada, até para fazer os exames era complicado. Porém, ela decidiu fazer o check up, agendou a ultrassonografia das mamas e foi neste momento do exame que a história ganhou outra forma para a vida de Wanessa. A profissional que realizava o exame de ultra na corretora chamou uma colega de trabalho para avaliar e pediu para que Wanessa buscasse o resultado o mais breve possível, na segunda seguinte. Detalhe: ela fez o exame numa sexta-feira. A partir deste episódio, Wanessa percebeu que poderia ter algo, mas nunca imaginou de fato o câncer até porque ninguém quer esse diagnóstico e não tinha histórico na família.

Assim que estava com o resultado em mãos, buscou de imediato um médico mastologista e quando foi a consulta teve a certeza. O médico passou o diagnóstico de câncer de mama para Wanessa e disse para começar o tratamento em seguida, pois o índice de cura cada vez é maior com o avanço da tecnologia. Porém, claro que a notícia caiu como uma “bomba” na vida de Wanessa, jovem, tinha acabado de ser mãe, sua filha tinha apenas 1 ano e meio. Na mesma hora, ela informou à empresa que entraria que não poderia assumir a vaga por motivos de saúde. Foi então que começou uma temporada de cuidado em sua vida.

Wanessa iniciou os exames para poder realizar a cirurgia o quanto antes. Foram cerca de dois meses desde a descoberta do câncer até a operação. O dia 13 de julho de 2016 é inesquecível para ela. Foi um renascimento, uma nova vida surgia naquele momento. Foi o dia de sua operação, quando fez o quadrante – a paciente não retira a mama completa, apenas a parte com o tumor. Na ocasião, Wanessa também fez a histerectomia radical, procedimento em que são retirados todos os órgãos femininos como útero, ovário, trompas, entre outros. 

Após o prazo de recuperação da cirurgia, em setembro do mesmo ano, ela começou a fazer quimioterapia. Foram 4 meses em sessões intercaladas em 21 dias. Fez 4 da vermelha e 4 da branca.

“Posso dizer que foi um processo tranquilo porque correu tudo como o programado, consegui manter meus exames com bons resultados, o nível de imunidade permitido para fazer as quimioterapias. Depois fiz a radioterapia”, detalha.

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Medo X coragem

Wanessa revela que o tratamento foi tranquilo, mas existia todo aquele medo. “Quando você ouve a palavra câncer parece que é uma sentença de morte. Na época, minha filha tinha um ano e meio e fiquei com muito medo do que poderia acontecer. Se eu partisse, quem iria cuidar dela? Eu sempre me fazia essa pergunta.

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Algo que foi muito importante e fez toda a diferença para a corretora foi o apoio que recebeu de sua família e amigos durante todo o processo. Isso fez com que ela se sentisse muito abraçada, até por pessoas que não tinha muito contato, mas recebia o carinho. Naquele momento, também teve contato com outras mulheres que tinham câncer e isso foi lhe dando mais e mais força. Até hoje, ela busca conversar com mulheres que passam pela doença porque muitas vezes uma única palavra é o que precisam para ter força e enfrentar mais um dia de tratamento.

“A parte mais desafiadora foi a cirurgia porque a recuperação é longa e dolorosa, foi bem difícil. E segundo a parte da quimioterapia porque traz consequências físicas ao longo dos dias, sentia muito enjoo e dores nas articulações”, afirma. 

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