01 de Novembro de 2024 • 11:28
Cotidiano
Quem passou por essa situação foi o músico, Paulo Isaac Amorim, de Peruíbe, que disse ter certeza que na noite anterior o animal não estava lá
Animal estava no capô do carro de Paulo Isaac Amorim / Ligia Amorim
Imagina só: Você acorda de manhã, vai sair para o trabalho e resolve abrir o capô do carro para verificar o nível da água e ... "Tcharam”! Tem uma cobra enroladinha em cima do motor do carro. Pensa no susto! Quem passou por essa situação foi o músico, Paulo Isaac Amorim, de Peruíbe, que disse ter certeza que na noite anterior o animal não estava lá.
Mas não são só de ossos ofídicos que se passa na vida (ou ossos do ofício, como preferir), pois ele tem uma irmã que é bióloga e especialista em cobras, para quem ele correu rapidinho para ligar, dando a entender que a sorte também passa para dar bom dia de vez em quando.
A irmã dele, Ligia Amorim, identificou a espécie e informou que era uma Papa Lesma (Dipsas neuwiedi), inofensiva, e falou que ele podia pegar tranquilamente que não ia lhe acontecer nada.
Mas você acha que ele pegou? Que nada, ele falou que não tinha “essa moral”, preferindo levar o carro com a cobra enroladinha dentro do capô, até onde ela estava. Chegando lá, o réptil foi retirado e solto em uma matinha preservada ali por perto.
A bióloga, Ligia Amorim, que tem um trabalho de pesquisa na Ilha Queimada Grande e em outras ilhas do Brasil onde existem cobras endêmicas, explicou o porquê as cobras são encontradas com relativa frequência na parte do motor dos carros.
“As cobras entram no capô dos carros principalmente em busca de abrigo e calor. Como são animais de sangue frio, elas dependem do ambiente externo para regular a temperatura do corpo e os motores dos carros, após serem utilizados, se tornam uma fonte de calor ideal, especialmente em dias frios. Além disso, o compartimento do motor oferece um espaço protegido, onde elas se sentem seguras. Em áreas próximas à vegetação ou mata, essa situação é ainda mais comum, pois o ambiente urbano oferece menos opções naturais de abrigo para esses animais”, disse ela.
É importante deixar claro que é proibido matar as cobras e não se deve fazer mal algum para elas. Caso encontre alguma pela sua casa ou em um ambiente urbano, procure a ajuda de profissional para fazer a remoção do animal.
A Dipsas neuwiedi é uma pequena espécie de serpente não peçonhenta, que vive na Mata Atlântica e pode ser encontrada em praticamente toda a costa brasileira. Possui hábitos noturnos e é confundida com a Jararaca, por conta do seu padrão de cores. Alimenta-se principalmente de moluscos.
No trabalho divulgado no livro “Estação Ecológica Juréia-itatins – Ambiente Físico, Fauna e Flora”, de Otávio A. V. Marques & Wânia Duleba, “História Natural dos Répteis da Estação Ecológica Juréia-itatins (Otávio A. V. Marques & Ivan Sanzima) está escrito que cinco exemplares obtidos na E.E.J.I. continham lesmas no tubo digestivo e que elas são semi-arborícolas e terrícolas, conforme observado nesta Unidade de conservação e em cidades próximas, como Itanhaém e Cananéia.
Ainda de acordo com o trabalho apresentado, a eclosão dos ovos ocorre entre janeiro e maio e o número por ninhada varia de quatro a 12. Quando molestada, pode triangular a cabeça e simular botes, mas se manuseada não morde.
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