Cotidiano

Miss é assassinada em meio a aprofundamento da divisão na Venezuena

Génesis Carmona, miss Turismo do Estado Carabobo, foi atingida com um tiro na cabeça na terça-feira por um desconhecido em uma motocicleta

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 19/02/2014 às 19:42

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A morte de uma miss de 22 anos nesta quarta-feira elevou a cinco o número de vítimas desde o início dos protestos na Venezuela e acirrou ainda mais a tensão no país.

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Génesis Carmona, miss Turismo do Estado Carabobo, foi atingida com um tiro na cabeça na terça-feira por um desconhecido em uma motocicleta durante protestos contra o governo na cidade de Valência.

Submetida a uma cirurgia de emergência, ela não resistiu ao ferimento. O episódio causou grande comoção no país.

Génesis Carmona foi atingida com um tiro na cabeça na terça-feira (Foto: Reprodução/Twitter)

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Na capital, Caracas, uma multidão de manifestantes oposicionistas e estudantes universitários se reuniu em volta do tribunal onde o líder Leopoldo López compareceria pela primeira vez desde que se entregou à polícia, ontem.

López representa a ala radical da coalizão antichavista Mesa de Unidade Democráticas (MUD). O governo o acusa de incitar os protestos e dos homicídios ocorridos nas manifestações, entre outros crimes. Os manifestantes trocaram gritos e insultos com chavistas que também compareceram ao tribunal.

Em um vídeo divulgado hoje, López, de 42 anos, aparece ao lado da mulher pedindo que os manifestantes continuem mobilizados. "Hoje, mais do que nunca, nossa causa tem de ser a saída desse governo", disse na gravação feita para ser divulgada caso ele fosse preso.

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Violência - A notícia da morte de Génesis era a mais comentada nos sites de notícia venezuelanos nesta quarta-feira, assim como nas redes sociais.

Foi a segunda vez este ano que a violência vitimou uma miss, símbolo de orgulho nacional na Venezuela. No dia 6 de janeiro, a atriz e ex-miss Venezuela Mónica Spear Mootz, de 29 anos, e seu ex-marido, o irlandês Thomas Berry, 39 anos, foram mortos, baleados em um assalto na cidade litorânea de Puerto Cabello. A insegurança é um dos principais motivos de insatisfação dos manifestantes, que protestam ainda contra a alta inflação, a corrupção e a escassez de produtos.

O prefeito de San Diego, um dos 14 municípios do Estado de Carabobo, o opositor Enzo Scarano, afirmou que Génesis foi atingida por um desconhecido, que estava em uma moto e disparava contra manifestantes na capital, Valência. Tiros disparados por pessoas a bordo de motociclistas têm-se tornado algo comum nos protestos na Venezuela e já mataram e feriram manifestantes antigoverno e chavistas.

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Nos últimos oito dias, os protestos que ganharam as ruas de Caracas se espalharam para várias cidades do país.

Hoje, as mobilizações foram menos intensas do que na terça-feira Centenas de pessoas já foram presas.

Grupos dos direitos humanos afirmam que a resposta da polícia tem sido desproporcional e alguns detidos foram torturados.

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O presidente Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, morto há quase um ano, afirma que López e outros oposicionistas se alinharam ao governo norte-americano em uma tentativa de golpe contra ele. Três diplomatas dos EUA foram expulsos no início da semana.

O atual cenário criou uma nova indisposição na já complicada relação entre Venezuela e Colômbia, depois que o presidente deste país pediu "calma e diálogo" à nação vizinha em turbulência. Caracas considerou a declaração uma intromissão.

Hoje, o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Elias Jaua, afirmou que a única ajuda internacional, diante de um suposto golpe de Estado, que seu país buscará será junto à União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

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