Minuta para reforma do Estatuto Social do Santos FC deverá ser encaminhada ao Conselho Deliberativo até a próxima segunda-feira (31) / Divulgação/Santos FC
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A minuta para reforma do Estatuto Social do Santos Futebol Clube deverá ser encaminhada ao Conselho Deliberativo até a próxima segunda-feira (31) e não deverá estabelecer a porcentagem das ações que serão vendidas a investidores.
A comissão que avalia as mudanças no Estatuto Social é presidida por Antônio Celso Pires Gonçalves, que considera essa liberalidade um trunfo para a diretoria em uma eventual negociação com interessados na compra de ações do Santos.
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Isso também poderia viabilizar uma operação de IPO, que é a venda inicial dessas ações em bolsa de valores, o que democratizaria o acesso de centenas de pequenos e médios investidores.
Nessa hipótese, os próprios torcedores e sócios do clube poderiam se tornar acionistas da SAF do Santos, em maior ou menor grau, de acordo com disponibilidade financeira de cada um, segundo a quantidade de ações que puderem adquirir individualmente ou coletivamente, numa espécie de crowdfunding.
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Mas, para que possa eventualmente vender suas ações na bolsa de valores o clube precisará seguir regras estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado de capitais no Brasil
.
Nessa modalidade prevista na Lei 14.193/2021, o clube não seria refém de fundos de investimento nem de pessoas físicas sem qualquer compromisso com o time de futebol.
Essa é a lei que permitiu que os clubes de futebol pudessem se transformar em empresas, como as S/A, as grandes empresas de sociedade anônima que negociam suas ações em bolsa de valores e, assim, se capitalizam para novos investimentos e/ou para custeio de suas atividades.
Porém, toda e qualquer alteração no Estatuto Social e na transformação do Santos em SAF terão de ser analisadas pelo Conselho Deliberativo. Se aprovadas pelos conselheiros, essas alterações ainda precisarão ser autorizadas pelos sócios, que caberá a palavra final.
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Em bate-papo exclusivo com o Diário do Litoral, Celso Pires, presidente da comissão que avalia o caso, explicou detalhes vitais sobre a tentativa que promete marcar o futuro do Peixe. O Diário já havia conversado com Celso em dezembro do ano passado.
“Estamos adequando o estatuto do Santos à realidade de um clube associativo, que não deixará de ser mesmo com a SAF, permitindo que a diretoria tenha liberdade de negociação”, resumiu o presidente. Celso Pires é um dos conselheiros mais experientes do Santos, tendo exercido vários cargos nas últimas administrações do clube.
Outra provável mudança no Estatuto Social é o equilíbrio entre os conselheiros efetivos e os membros eleitos. “Se você acaba com a parcela efetiva, está apagando a história do clube. Está desconsiderando pessoas que viveram glórias e encararam crises com o time”, resume Celso Pires.
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Ainda buscando o melhor cenário, o presidente deixou claro que existe a proposta de alterar o tempo necessário para ingressar no seleto grupo. Atualmente, é preciso ser contemplado em sete eleições consecutivas ou em 12 de forma alternada.
A comissão que revisa o Estatuto Social do Santos conta também com outros conselheiros. A relação é composta por: Vidal Sion Neto (relator), Débora Varga Vaz, Halan Leno Borges e Leandro Matsumota.
Com a entrega feita, o próximo passo já está bem definido: a análise e a votação dos conselheiros natos, efetivos, honorários e eleitos no relatório final. “Nós, da comissão, estamos propondo nossas ideias. Quem vai deliberar e exercer o papel do Conselho Deliberativo é o próprio conselho”, explica o presidente da comissão.
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Em caso de desfecho positivo, o próximo rito é a convocação e a realização de uma assembleia-geral extraordinária. Nela, os outros associados santistas devem decidir, em votação, se o futuro do Alvinegro Praiano será dentro do modelo SAF ou não.
A comissão que revisa o Estatuto Social do Santos é composta também pelos conselheiros Vidal Sion Neto (relator), Débora Varga Vaz, Halan Leno Borges e Leandro Matsumota.
A vida de Celso Pires e a trajetória do Santos se unem. Mesmo com compromissos pessoais e profissionais, ele acredita no futuro do Peixe.
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Mas, apesar da dedicação para transformar o clube que lhe proporcionou tantos momentos de alegria, Celso Pires descarta a ambição de se tornar presidente do clube: “Estou com 69 anos e sou um cara muito dinâmico. Dentro do Santos, não busco mais nada”.